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Rebeldes do leste da Ucrânia querem legitimidade com eleições

O chefe da comissão eleitoral indicou que mais de três milhões de cédulas foram impressas e que cerca de 34.000 pessoas já votaram pela internet

Donetsk - As eleições presidenciais e legislativas de domingo "vão dar legitimidade" ao novo governo na autoproclamada "República de Donetsk", no leste da Ucrânia, declarou nesta sexta-feira (31/10) o chefe da comissão eleitoral, Roman Liaguine.

"Estas eleições são importantes porque vão dar legitimidade ao nosso poder e vão nos distanciar ainda mais de Kiev", disse Liaguine. "É lamentável que os Estados Unidos e a União Europeia já tenham anunciado que não reconhecerão os resultados destas eleições. Essa atitude não é construtiva", acrescentou Liaguine durante uma coletiva de imprensa em Donetsk.

Liaguine indicou que mais de três milhões de cédulas foram impressas e que cerca de 34.000 pessoas já votaram pela internet. Ele acrescentou que cinquenta observadores de Rússia, Sérvia, Montenegro, Israel e Estados Unidos eram esperados. "Esses observadores não representam Estados, mas várias organizações", explicou.

O observador francês Jean-Luc Schaffhauser, membro do Parlamento Europeu e ligado ao partido de extrema-direita Frente Nacional, disse ter vindo "pessoalmente" e que não representa o Parlamento. Schaffhauser disse ter entrado na Ucrânia por um posto fronteiriço sob controle rebelde.



Ele acrescentou que havia sido convidado como observador para as eleições na "República de Donetsk" por "uma fundação para o diálogo Oriente-Ocidente", mas não deu detalhes sobre essa organização.

A "República de Donetsk" e a "República da Lugansk", autoproclamadas no leste da Ucrânia em abril pelos separatistas pró-russos, estão se preparando para votar no domingo para eleger o seu presidente e o Parlamento.

A Rússia declarou que reconhecerá os resultados destas eleições, ao contrário de Kiev, da União Europeia e dos Estados Unidos, que acreditam que a votação vai de encontro ao processo de paz aberto pelos acordos de Minsk em 5 setembro.