Monróvia- A diminuição dos casos de ebola na Libéria, o país mais afetado pela epidemia, pode ser de curta duração, alertou a ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) nesta quinta-feira (30/10).
O vice-ministro liberiano da Saúde, Tolbert Nyensuah, também lembrou à AFP que o vírus se propaga por "ondas", considerando que a redução no número de infectados será duradoura somente se também ocorrer nas vizinhas Serra Leoa e Guiné.
"É muito cedo para tirar conclusões sobre a redução dos casos de ebola na Monróvia", a capital, principal foco de contaminação no país, declarou à AFP o chefe da missão da MSF na Libéria, Fasil Tezera.
"Não temos uma visão de conjunto sobre a extensão da epidemia e pode ser que as estimativas não sejam confiáveis", afirmou, evocando a reticência dos liberianos diante da cremação dos cadáveres e as carências do sistema sanitário como fatores de risco.
A Libéria teve 6.535 casos de contágio, quase a metade dos 13.703 registrados no mundo, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na noite de quarta-feira. Pelo menos 2.413 pessoas morreram vítimas da doença, que causou 4.922 mortes nos últimos meses.
No mesmo dia, a OMS tinha confirmado a redução de novos casos do ebola na Libéria, depois que a Cruz Vermelha daquele país anunciou uma importante queda do número de mortos causados pelo Ebola em Monróvia e nos arredores da capital liberiana desde o começo de outubro.