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Chanceler russo diz que resultado das eleições na Ucrânia será reconhecido

Resultados oficiais parciais, relativos ao escrutínio de 55% dos votos, indicam que quase 70% dos votos foram em partidos favoráveis a uma aproximação da Ucrânia à União Europeia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira (27/10) que a Rússia vai reconhecer os resultados das eleições legislativas de domingo (26/10) na Ucrânia, vencidas pelos partidos pró-europeus. ;Creio que vamos reconhecer as eleições, porque, para nós, é muito importante que surjam finalmente na Ucrânia autoridades que não se dediquem a lutar umas contra as outras nem a arrastar a Ucrânia para leste ou oeste, mas aos reais problemas do país;, disse Lavrov.

O ministro disse estar convencido de que a Rússia vai encontrar um interlocutor no novo governo e na nova Rada Suprema (o parlamento). A força mais importante na Rada será o bloco de Petro Porochenko, o presidente ucraniano. "É nosso parceiro e parceiro do nosso presidente nas negociações para resolver o conflito no Leste da Ucrânia", disse, sublinhando que Porochenko sempre se mostrou disposto a cumprir o acordo de cessar-fogo de 5 de setembro e o memorando de paz de 19 de setembro.

Resultados oficiais parciais, relativos ao escrutínio de 55% dos votos, indicam que quase 70% dos votos foram em partidos favoráveis a uma aproximação da Ucrânia à União Europeia (UE). Por outro lado, os resultados mostram também que Porochenko, eleito em maio no primeiro turno, não vai poder governar sozinho e terá de se aliar com o primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk.



O bloco Petro Porochenko obteve até agora 21,6% dos votos, praticamente empatado com a Frente Popular de Iatseniuk, com 21,4%. Em terceiro lugar surge o partido Samopomitch (11%) que, tal como a Frente Popular, defende firmeza face aos separatistas pró-russos do Leste, mas não uma guerra.

Entre os partidos as vezes chamados ;partidos da guerra; estão o Partido Radical (7,3%), do populista Oleg Liashko; e o Batkivshtshina (5,6%), da ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko. Os antigos aliados do presidente pró-russo deposto em fevereiro Viktor Ianukovitch, reunidos no Bloco da Oposição, obtiveram 9,8% e, pela primeira vez, o Partido Comunista, qualificado por Porochenko como ;a quinta coluna; de Moscovo, não atingiu o limiar mínimo de 5% para entrar no parlamento.