Um cessar-fogo foi alcançado no início de setembro entre Kiev e os rebeldes, com a participação da Rússia, mas intensos combates prosseguem em alguns redutos de resistência, provocando a morte de civis quase diariamente.
Os combates se concentraram na área do aeroporto, um dos principais pontos de acesso da linha de frente, e os insurgentes, bem como as autoridades de Kiev, manifestaram temores de hostilidades com as eleições.
O presidente russo Vladimir Putin, durante um discurso na sexta-feira, lamentou "a falta de vontade das autoridades em Kiev" para resolver o conflito "por meios pacíficos".
"O mais importante é o fim da guerra. Se a Ucrânia quer manter sua integridade territorial, precisa compreender que não pode brigar com uma ou outra cidade", advertiu.
Contudo, Poroshenko alertou sexta à noite que "frente à agressão, não há outra escolha a não ser reformar".
O movimento do presidente lidera as pesquisas com mais de 30% das intenções de votos, seguido por outras formações pró-ocidentais. Ele espera alcançar com essas eleições "uma maioria constitucional" para permitir a realização de reformas vitais para este país muito corrupto e em profunda recessão, agravada pelo conflito armado.
Pela primeira vez na história da Ucrânia pós-soviética, o Parlamento deve ser dominado por pró-ocidentais em razão do aumento de sentimentos anti-russos, enquanto 5 milhões dos 36,5 milhões de eleitores não poderão votar, já que vivem na Crimeia e em áreas controladas pelos rebeldes em Donbass, tradicionalmente pró-Rússia.
Duas formações herdeiras do Partido das Regiões, do presidente deposto Yanukovitch, a Ucrânia Forte e Bloco de Oposição, poderiam alcançar os 5% necessários para entrar no Parlamento, mas os comunistas podem nem chegar a ser representados.
A nova Assembleia incluirá, em contrapartida, ativistas da sociedade civil envolvidos na contestação de Maidan, bem como voluntários que lutaram no leste e querem fazer ouvir "a voz do front" no Parlamento.
Após as eleições, a primeira tarefa do chefe de Estado será construir uma coligação forte, capaz de adotar duras medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais da Ucrânia, o FMI e Bruxelas à frente.
As seções eleitorais vão abrir no domingo às 08H00 locais (04H00 de Brasília) e fecharão às 20H00 (16H00 de Brasília).