Washington - O secretário americano de Segurança Interna, Jeh Johnson, anunciou nesta terça-feira (21/10) o reforço dos controles para todos os passageiros de voos procedentes dos países mais afetados pela epidemia de Ebola: Libéria, Serra Leoa e Guiné.
Segundo um comunicado oficial, a partir de quarta-feira, todos os passageiros procedentes de um desses países com destino aos Estados Unidos serão direcionados para um dos cinco aeroportos americanos especialmente equipados para detectar uma possível contaminação pelo vírus: John Fitzgerald Kennedy e Newark, que atendem Nova York; Dulles, em Washington; e os de Atlanta e Chicago.
Não há voos diretos previstos desses três países para os Estados Unidos, mas os viajantes da região podem fazer conexões em grandes aeroportos africanos e europeus. Um cidadão liberiano com Ebola chegou a Dallas, no Texas, e infectou pelo menos duas enfermeiras antes de falecer, aumentando a pressão sobre o governo do presidente Barack Obama para impor proibições a voos dessa região africana.
Autoridades do setor de Saúde desenvolveram um controle adicional para os passageiros em cinco pontos de entrada, que são os aeroportos que normalmente recebem mais de 90% das pessoas vindas desses três países. As medidas adotadas nesta terça-feira evitarão que passageiros de Guiné, Libéria ou Serra Leoa façam conexão em voos para outros aeroportos por onde não teriam de passar, necessariamente, pelo controle adicional.
"Nós temos em andamento atualmente medidas para identificar e checar qualquer pessoa que entre nos Estados Unidos por terra, mar e ar, e que tenhamos razões para acreditar que tenha passado pela Libéria, por Serra Leoa ou pela Guiné nos 21 dias anteriores", afirmou Johnson. O vírus da febre hemorrágica matou mais de 4.500 pessoas no oeste da África desde o começo do ano e alimentou temores de que pudesse se espalhar para além dos três países mais afetados e se tornar uma ameaça global.
Pequenos surtos reportados no Senegal e na Nigéria foram contidos, porém, e, sem novas infecções confirmadas nos Estados Unidos nos últimos seis dias, as autoridades estão esperançosas de ter conseguido evitar o perigo. O congressista Michael McCaul, republicano do Texas e presidente do Comitê da Câmara sobre Segurança Nacional, elogiou a medida do Departamento de Segurança Nacional (DSN), mas pediu medidas ainda mais estritas para impedir a entrada no país de viajantes da África Ocidental.
"Estabelecer restrições a viagens e medidas adicionais de controle em nossos aeroportos é uma proposta de senso comum, e estou contente em ver o DSN fazer esse anúncio", declarou em um comunicado. Mas, frisou o representante, "continuo a pedir que o governo suspenda todos os vistos de Libéria, Serra Leoa e Guiné".