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SIP critica falta de transparência nos Estados Unidos após caso Snowden

A SIP destacou que não existe nos EUA uma lei federal de proteção das fontes, o que, segundo Trotti, já levou muitos jornalistas a serem citados judicialmente

Santiago - A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) criticou neste domingo (19/10) as restrições crescentes ao acesso a informações oficiais nos Estados Unidos após os vazamentos do ex-agente da inteligência Edward Snowden.

As limitações são cada vez maiores, tanto para jornalistas quanto para os cidadãos, e informações que, "antes, poderiam ser públicas, agora estão sendo classificadas de secretas", declarou à AFP Ricardo Trotti, coordenador de Liberdade de Imprensa da SIP.

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No caso americano, Trotti criticou o "uso indiscriminado das exceções à lei para não dar informações ao público", sempre se atendo a temas de segurança nacional. "O problema se agravou, porque o presidente Barack Obama havia prometido um nível de transparência muito maior que o do governo de George W. Bush, e porque, depois das revelações de Snowden, houve diretrizes específicas da Casa Branca e dos departamentos de Segurança e Estado para que funcionários não possam falar com jornalistas", assinalou.

As revelações de Snowden permitiram estabelecer a dimensão do monitoramento que os Estados Unidos fazem da internet e, segundo o relatório elaborado pela SIP, após conhecerem os vazamentos, muitos jornalistas "mudaram a forma de se relacionar e se comunicar com as fontes, e, em alguns casos, até deixaram de reportar certos assuntos".

A SIP, que realiza sua 70; assembleia geral em Santiago até a próxima terça-feira, destacou que não existe nos EUA uma lei federal de proteção das fontes, o que, segundo Trotti, já levou muitos jornalistas a serem citados judicialmente, ou mesmo a serem presos, por "quererem respeitar o princípio ético de manter o anonimato e proteger a fonte".