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Milhares de pessoas manifestam-se em Londres contra queda dos salários

Funcionários públicos fizeram passeatas na capital britânica e também nas ruas de Glasgow (Escócia) e Belfast (Irlanda do Norte)

Londres - Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se neste sábado em Londres contra a redução dos salários, que, segundo os organizadores do movimento, caíram 63 euros semanais desde 2008, apesar dos resultados da economia britânica.

Os manifestantes, a maioria funcionários públicos, fizeram uma passeata de várias horas pela capital britânica e por ruas de Glasgow (Escócia) e Belfast (Irlanda do Norte), segundo Frances O;Grady, secretário-geral da confederação sindical britânica TUC.

"Nossa mensagem é a de que, depois dos mais altos e prolongados cortes salariais da história documentada, é hora de terminar com este bloqueio que deixou a ampla maioria fora da partilha da recuperação econômica", declarou O;Grady. "Uma economia que encontra dinheiro para reduzir os impostos dos ricos enquanto o restante enfrenta um congelamento salarial e fortes cortes no sistema de proteção social, de que qualquer um de nós pode precisar - não é vantajosa para a maioria", acrescentou.

"A queda dos salários do funcionalismo afeta todos nós", declarou à AFP o operário Keith Martin, 49. "Meu salário diminuiu 25%."
Conan Doyle, 31, criticou o governo conservador de David Cameron, mas assinalou que uma eventual vitória do opositor Partido Trabalhista nas eleições gerais de maio "não mudará, obrigatoriamente, as coisas".



"Há mais gente empregada do que nunca, e as desigualdades são menores do que no governo anterior (trabalhista)", citou um porta-voz do Tesouro Britânico. O departamento de estatísticas nacionais anunciou esta semana uma nova redução da taxa de desemprego, a 6%, o nível mais baixo desde o fim de 2008. Mas os salários dos britânicos continuam em queda em termos reais, já que sua remuneração progrediu 0,9%, menos do que a inflação no ano passado.