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Espanha treinará tropas iraquianas, mas descarta ação na Síria contra EI

Acordo bilateral de 1952 permitirá a militares americanos o uso das bases espanholas de Moron e Rota

Washington - Espanha começará o treinamento de tropas iraquianas para combater o grupo Estado Islâmico (EI), mas descarta participar na Síria, disse neste sábado (18/10) o ministro da Defesa, Pedro Morenés, em Washington, onde se reuniu com seu homólogo americano Chuck Hagel.

Morenés disse que nesta semana solicitará ao Congresso de seu país a aprovação para enviar 300 militares espanhóis ao Iraque para o treinamento de tropas de operações especiais, desativação de minas e manejo de explosivos.

[SAIBAMAIS]"Podemos começar no final do ano porque toda essa operação progride permanentemente, dia a dia. Temos que adaptar nossa capacidade e oferta a essa evolução", disse o ministro a jornalistas. Perguntado sobre a possibilidade de a Espanha participar das ações na Síria e se os Estados Unidos pediram a presença do país, Morenés respondeu com um "não".

Na Flórida, Morenés visitou o Comando Central dos EUA (Centcom) e o Comando de Operações Especiais (Socom), onde, segundo explicou, conversou com autoridades militares sobre as operações no Iraque contra os jihadistas do EI.

Em Washington, Hagel e Morenés confirmaram a cooperação militar dos dois países para combater tanto os jihadistas islâmicos como a epidemia de Ebola, que matou aproximadamente 4.500 pessoas, principalmente na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa (oeste da África), segundo a Organização Mundial de Saúde.



Considerando um acordo bilateral de 1952, a Espanha permitirá que militares americanos use suas bases de Moron e Rota (sul da Espanha), confirmou o ministro. "Vamos cooperar com todas as garantias", afirmou, indicando que a base aérea de Moron já foi usada em uma operação no Senegal. "As bases terão um uso um pouco mais intenso das tropas americanas que operam no norte do Iraque", acrescentou Morenés.