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Militares dos Estados Unidos foram expostos a armas químicas após 2003

O incidente ocorreu entre 2004 e 2011 e os militares receberam ordens para manter segredo

Washington - Um grupo de 20 soldados americanos foi exposto a armas químicas no Iraque e recebeu ordens para manter sigilo sobre o caso, confirmou o Pentágono nesta quarta-feira (15/10), após informações divulgadas pelo The New York Times.

O jornal publicou em sua edição desta quarta que soldados americanos e iraquianos foram expostos a armas químicas produzidas pelo regime de Saddam Hussein. O incidente ocorreu entre 2004 e 2011 e os militares receberam ordens para manter segredo.

"No total, as tropas americanas mencionaram a descoberta de cerca de 5 mil ogivas, obuses e bombas aéreas com armas químicas", revelou o jornal.

New York Times realizou "dezenas de entrevistas com os envolvidos e com funcionários iraquianos e americanos", e teve acesso a documentos de inteligência.


O jornal encontrou 17 soldados americanos e sete agentes da polícia iraquiana que foram expostos a agentes neurotóxicos e a gás mostarda.

Perguntado sobre o artigo, o porta-voz do Pentágono, contra-almirante John Kirby, disse que o grupo envolve cerca de "20 soldados".

As armas químicas foram fabricadas antes de 1991 para a guerra contra o Irã (1980-1988).

Após a invasão do Iraque em março de 2003, o então presidente americano, George W. Bush, garantiu que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, mas a descoberta deste arsenal jamais foi anunciada.

Segundo o jornal, os soldados americanos descobriram as armas químicas e não estavam preparados para manuseá-las.

New York Times entrevistou um ex-sargento do Exército americano que foi exposto ao gás mostarda em 2007 sem receber tratamento médico ou ser retirado do Iraque.

O Congresso americano recebeu "informações parciais" e os soldados envolvidos foram orientados a omitir ou a prestar "informações falsas sobre o que haviam encontrado".