O Conselho da União Europeia (braço Executivo do bloco econômico) decidirá na próxima semana, nos dias 23 e 24 de outubro, se aprova o pacote de medidas Clima e Energia 2030. O marco regulatório, apresentado pela Comissão Europeia em janeiro, tem como meta principal reduzir em 40% (em relação a 1990) a emissão de gases de efeito estufa até 2030. Outro objetivo é diminuir a dependência energética da Europa, que importa mais de 50% da energia que consome.
Antecipando o debate, ministros, lideranças políticas, empresários e especialistas do setor se reuniram hoje (15) no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, para fazer um último apelo pela aprovação do pacote. ;Está claro para nós que o Conselho precisa aprovar um acordo robusto, apoiado por um plano de transição para as economias e indústrias que atualmente são dependentes de energias de alto carbono. Uma ação efetiva na área de mudanças climáticas, agora, será mais barata e menos problemática do que se esperarmos até quando não houver mais escolha;, disse Sandrine Dixson-Decl;ve, diretor do Grupo de Líderes Corporativos em Mudanças Climáticas do Príncipe de Gales, um dos organizadores do evento.
O secretário de Estado para Energia e Clima do Reino Unido, Edward Davey, fez um apelo para que os representantes dos países-membros da União Europeia (UE), que estarão presentes na reunião do Conselho, na próxima semana, aprovem o marco regulatório. ;A Europa precisa desse acordo para dar à indústria a certeza de que ela precisa para fazer grandes investimentos, assim teremos condições expandir nossa infraestrutura energética ao menor custo possível. A Europa precisa desse acordo para que possamos mandar uma mensagem clara à Rússia e ao mundo: a UE reduzirá sua importação de energia. Nós não seremos totalmente dependentes de energia de qualquer outro país no futuro, e não vamos permitir que qualquer país use a questão energética para intimidar qualquer membro de nossa união;, enfatizou.
[SAIBAMAIS]No último dia 6 de outubro, 57 grandes empresas, entre elas Unilever, Tesco, Shell e Nestlé, além de outras organizações de diferentes ramos da indústria, encaminharam uma carta aberta ao Conselho Europeu pedindo urgência na aprovação do pacote Clima e Energia 2030. Na carta, as empresas, que mantém 4,5 milhões de empregos ao redor do mundo, se dizem preocupadas com os custos, riscos e impactos de uma ação tardia no campo de mudanças climáticas. ;Um planejamento seguro é fundamental para investimentos sustentáveis;, afirmaram no documento.
O pacote Clima e Energia 2030 busca incluir os países da UE entre as economias de baixo carbono, tornando, com isso, o sistema energético mais competitivo, seguro e sustentável. Além da meta de reduzir em 40% a emissão de gases do efeito estufa em 15 anos, o plano prevê a ampliação, em 27%, do consumo de energias renováveis; o aumento da eficiência energética das empresas em no mínimo 30% até 2030 e reformas no sistema de emissão de créditos de carbono, para torná-lo mais eficaz.
Se aprovado, o marco regulatório será implementado a partir de 2015 e levado como contribuição para as negociações sobre um acordo climático global, que acontecerão na próxima Conferência do Clima, em dezembro do ano que vem, em Paris.