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Em visita à Líbia, Ban Ki-moon pede fim dos combates

O secretário-geral da ONU pediu especialmente o fim dos confrontos em Benghazi

Trípoli - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou na tarde deste sábado a Trípoli para uma visita não programada e pediu às partes envolvidas no conflito da Líbia para que cessem as hostilidades.

"Sejamos claros: sem a interrupção imediata dos confrontos violentos e sem o restabelecimento de uma paz duradoura, prosperidade e melhores condições de vida serão um sonho distante", alertou Ban.

[SAIBAMAIS]"Nós pedimos a todos os grupos que cessem os combates", disse. O secretário-geral pediu especialmente o fim dos confrontos em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, entre as forças do general reformado Khalifa Haftar e milícias rivais - entre eles os jihadistas do grupo Ansar Asharia.

Ban pediu também um diálogo político para que a legitimidade do Parlamento eleito em 25 de junho seja reforçada.

Ele se disse favorável à formação de um gabinete de união nacional, um "governo capaz de colocar decisões em prática", num país dominado por milícias desde a queda do regime de Muammar Gaddafi, em 2011.

"Não tem como fugir do diálogo", disse o secretário-geral, reconhecendo que o caminho será longo e difícil.

Ban falou durante a cerimônia de abertura de uma reunião de diálogo entre deputados rivais do novo parlamento líbio, na presença da ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, assim como de emissários franceses, britânicos, malteses e italianos.

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A visita-relâmpago de Ban, segundo ele, visa especialmente impulsionar o diálogo iniciado pela ONU no final de setembro.

O emissário especial da ONU Bernardino Leon conseguiu reunir pela primeira vez, no último 29 de setembro, deputados rivais, uma iniciativa classificada pela organização como "importante passo" para a paz.

O Parlamento, formado nas eleições de 25 de junho e dominado pelos grupos anti-islamitas, é reconhecido pela comunidade internacional mas questionado por uma coalizão de milícias, Fajr Libya, que controla Trípoli e importantes grupos islamitas que tomaram Benghazi.

Os eleitos - alguns deles apoiados pelas milícias - boicotam os trabalhos do Parlamento, que se vê obrigado a se reunir em Tobrouk, cerca de 1.600 km a leste de Trípoli, para fugir da pressão das milícias.