Apesar de a popularidade da presidente do Chile, Michelle Bachelet, permanecer relativamente intacta desde que assumiu o cargo, em março, a insatisfação da classe estudantil com o atual modelo de ensino e a desaceleração da economia vêm minguando, a conta-gotas, a aprovação do governo. O impasse na reforma da educação, principal promessa de campanha da atual mandatária, coloca em evidência as divergências internas da base governista sobre o tema. Ávidos por mudanças mais amplas, parlamentares e líderes de movimentos estudantis aliados de Bachelet refutam a proposta dela. Não bastasse o imbróglio político, a população voltou a conviver com o terror dos ataques a bomba. No mês passado, duas explosões ; uma na capital, Santiago; a outra, em Viña del Mar ; deixaram 15 feridos.
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O primeiro atentado, contra a linha de metrô mais movimentada da capital do país, foi reivindicado pelo grupo anarquista Conspiração das células de fogo. A explosão de um artefato caseiro em uma lixeira da praça de alimentação da estação Escuela Militar, no bairro de Las Condes, no leste de Santiago, feriu 14 pessoas. Os agressores, no entanto, asseguraram a intenção de atingir as ;estruturas de poder;. Em Viña del Mar, um segundo ataque feriu mais uma pessoa, dois dias depois, na véspera do 41; aniversário do golpe militar que derrubou o socialista Salvador Allende (1973). Ante as violações do Estado de Direito, Bachelet quer alterar a lei antiterrorismo (controversa por ser da época do general Augusto Pinochet ; 1974-1990) para prender e punir os culpados. A presidente classificou a agressão de ;horrível; e garantiu que governa ;um país seguro;.
Desde 2009, mais de 100 artefatos de fabricação artesanal explodiram no Chile. Até então, os ataques tinham provocado somente danos materiais. ;Frequentes nos últimos anos, a maioria dos atentados visou alvos simbólicos de Santiago. No entanto, eles têm sido quase sempre programados para ocorrerem à noite, no intuito de evitar ferir a população, reforçando a imagem da cidade como uma das capitais mais seguras da América Latina, imune à violência que assola a região;, disse ao Correio o cientista político Peter Siavelis, do Departamento de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade de Wake Forest (Estados Unidos). ;Agora, a situação é diferente. A explosão ocorreu em um lugar movimentado, aterrorizando o país;, concluiu o especialista.
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