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Norte-americana processa banco de esperma após sua filha nascer negra

Casal homossexual de Ohio exige indenização de clínica de fertilização que, equivocadamente, trocou frascos de esperma

O advogado de Jennifer Cramblett admitiu nessa quarta-feira (1;/10) que sua cliente está processando o banco de espermas Midwest Sperm Bank. A clínica havia cometido o erro de trocar o frasco de um homem branco, exigência feita pelo casal, pelo frasco de um homem negro.O equívoco ocorreu em setembro de 2011. Payton, filha de Cramblett e Amanda Zinkon, é parda e tem dois anos. Elas afirmam amar a criança, porém, alegam viver em uma comunidade composta majoritariamente por brancos, o que dificultaria a criação da menina.

De acordo com a ação judicial, o engano foi descoberto enquanto Cramblett estava grávida. Ela e a parceira desejavam fazer outra inseminação, desta vez em Zinkon. A primeira remessa de frascos foi enviada segundo as recomendações das norte-americanas. A troca aconteceu no segundo pedido do material, apesar da escolha ter sido o mesmo doador selecionado inicialmente. A ação movida é justificada pela quebra de garantia, que culminou em danos emocionais e financeiros.

A suposta causa do equívoco seria a não utilização de registro eletrônico por parte do banco de esperma. As informações ainda são armazenadas de forma manuscrita. A dificuldade na interpretação da caligrafia poderia ter provocado a confusão entre os frascos 380 (que era de um homem branco) e 330 (que veio de um homem negro).

O médico da paciente em Ohio foi quem recebeu o esperma do afro-americano, enviado pela clínica de fertilização do Condado de Cook, em Illinois. A Midwest Sperm Bank lamentou a falha por meio de uma carta enviada a Cramblett com pedido de desculpas.

Cramblett diz que a situação é estressante, devido a intolerância da comunidade em que vive com sua companheira e pelo choque de culturas. Terapeutas orientam que a família se mude para algum local que abrigue diversas etnias.