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Estados Unidos respondem com cautela a carta argentina a Kerry

O juiz federal americano Thomas Griesa declarou na segunda-feira a Argentina em "desacato" por tomar "medidas ilegais" para contornar sua sentença no caso contra os fundos especulativos

Washington - O Departamento de Estado dos Estados Unidos reagiu nesta terça-feira (30/9) com cautela à carta enviada na véspera pela Argentina ao secretário de Estado John Kerry sobre a declaração de desacato contra o país, afirmando que "acompanha a situação de perto". Nesta terça-feira, uma porta-voz do Departamento de Estado disse à AFP que os Estados Unidos estão cientes da declaração de desacato. "Estamos acompanhando a situação de perto", acrescentou.

Na segunda-feira, a embaixadora da Argentina em Washington enviou uma longa carta ao chanceler dos EUA, alertando-o sobre os riscos legais para Washington da decisão da corte de Nova York de declarar a Argentina "em desacato". Tal decisão, segundo advertiu embaixadora Cecilia Nahón a Kerry, pode expor o governo americano a responsabilidades legais.

"Nossa posição continua sendo clara. É do interesse da Argentina normalizar suas relações com todos os seus credores", disse a fonte do Departamento de Estado, para quem o retorno da Argentina ao sistema financeiro internacional é positivo tanto para Washington quanto para Buenos Aires.



O juiz federal americano Thomas Griesa declarou na segunda-feira a Argentina em "desacato" por tomar "medidas ilegais" para contornar sua sentença no caso contra os fundos especulativos. Até o momento, não foram adotadas sanções.

Na disputa entre o governo argentino e os fundos especulativos, Griesa determinou que o país não poderia pagar os credores da dívida reestruturada em 2005 e 2010 até que fosse quitada a quantia de 1,33 bilhão de dólares por títulos em poder dos chamados "fundos abutres", que não aceitaram a renegociação. Em consequência, a Argentina teve declarada a sua moratória parcial no dia 30 de julho.