Bruxelas - Depois de sete meses de crise com Moscou, a Ucrânia entrou em campanha para eleger um novo Parlamento, em eleições centradas na política de apaziguamento do presidente pró-europeia Petro Poroshenko, apesar de prosseguirem os combates no leste do país. Enquato isso, a União Europeia decidiu manter suas sanções contra a Rússia por falta de solução ao conflito na Ucrânia, onde centenas de soldados russos ainda estão mobilizados, segundo a Otan.
A violência causou ao menos uma morte na região separatista de Lugansk. "Enquanto evoluções positivas foram registradas no processo político e na implementação de certos aspectos do protocolo de Minsk", que prevê um cessar-fogo e a saída de todos os combatentes estrangeiros, "resta ainda a aplicação de pontos essenciais do protocolo", indicou a UE em um comunicado.
Moscou nega a presença de suas tropas no leste da Ucrânia, que estariam combatendo ao lado dos rebeldes pró-russos contra o exército de Kiev. Mas a Otan garantiu nesta terça-feira que centenas de tropas russas, incluindo das forças especiais, permanecem mobilizados na fronteira entre os dois países.
"Desde que começou a trégua (início de setembro), registrou-se uma significativa retirada das forças convencionais russas da Ucrânia", indicou o tenente-coronel Jay Janzen, porta-voz militar da Otan. Esta avaliação revela uma redução da presença militar do Kremlin: a Otan evocava até então a presença de "milhares" de soldados russos na Ucrânia.
O militar canadense acrescentou que a Otan não registrou na última semana nenhuma retirada de tropas russas da Ucrânia. Nas proximidades da fronteira leste da Ucrânia estão mobilizados cerca de 20 mil militares russos, número que não mudou desde o início do conflito. Em uma conversa telefônica com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente da Ucrânia Petro Poroshenko disse "que esperava que a Rússia respeitasse suas obrigações ao abrigo do Protocolo de Minsk: a retirada das tropas, o fechamento das fronteiras e a criação de uma zona tampão".
Apesar da trégua consolidada em 20 de setembro em Minsk entre Kiev, Moscou e os rebeldes, intensos combates continuam com armas pesadas ao redor do aeroporto de Donetsk, a principal cidade nas mãos dos rebeldes, informaram jornalistas da AFP. Em Popasna, uma cidade na região de Lugansk nas mãos do exército ucraniano, tiros deixaram um morto e dois feridos graves nesta terça-feira, informou o Ministério do Interior.
Um dia antes, o exército ucraniano e as autoridades locais anunciaram o balanço mais mortífero já registrado em 24 horas desde o cessar-fogo de 5 de setembro, com nove mortes nas fileiras do exército ucraniano e quatro civis mortos. Desde o cessar-fogo, pelo menos 58 pessoas foram mortas no leste da Ucrânia, um número baixo se comparado com as mais de 3.200 mortes desde o início do conflito em abril.
Bloco Poroshenko
Os confrontos ocorrem no momento em que a Ucrânia inicia o período de campanha eleitoral para eleger um novo Parlamento, uma votação que deve se cristalizar em torno da política de apaziguamento do presidente Poroshenko.
Partidos e candidatos têm até a meia-noite para registrar suas candidaturas junto à comissão eleitoral em vista das eleições de 26 de outubro. A votação não será realizada em áreas sob controle rebelde (cerca de 3% do território ucraniano) ou na península da Crimeia, anexada pela Rússia há alguns meses.
Após uma contra-ofensiva pró-russa em agosto, o presidente Poroshenko resignou-se a uma trégua e se dispôs a estender a mão aos separatistas que sonham com a unificação com a Rússia. Por sua iniciativa, o Parlamento da Ucrânia ofereceu em meados de setembro um "estatuto especial" para as regiões pró-russas, o que os rebeldes rejeitaram. Eles também se recusaram a participar das eleições de 26 de outubro, anunciando a organização de suas próprias eleições legislativas e presidenciais em 2 de novembro.
A abertura de Poroshenko lhe valeu duras críticas sete meses após a destituição de seu antecessor pró-russo Viktor Yanukovytch. Mas o Partido das Regiões do ex-presidente, que domina o Parlamento cessante, decidiu boicotar as eleições, o que deverá conduzir a uma grande renovação do Parlamento ucraniano.
De acordo com uma pesquisa recente, cerca de 40% dos eleitores escolheriam o "Bloco Poroshenko", criado para apoiar o presidente. Moscou e Kiev também devem se reunir neste fim de semana em Bruxelas para tentar resolver sua disputa de gás.
A violência causou ao menos uma morte na região separatista de Lugansk. "Enquanto evoluções positivas foram registradas no processo político e na implementação de certos aspectos do protocolo de Minsk", que prevê um cessar-fogo e a saída de todos os combatentes estrangeiros, "resta ainda a aplicação de pontos essenciais do protocolo", indicou a UE em um comunicado.
Moscou nega a presença de suas tropas no leste da Ucrânia, que estariam combatendo ao lado dos rebeldes pró-russos contra o exército de Kiev. Mas a Otan garantiu nesta terça-feira que centenas de tropas russas, incluindo das forças especiais, permanecem mobilizados na fronteira entre os dois países.
"Desde que começou a trégua (início de setembro), registrou-se uma significativa retirada das forças convencionais russas da Ucrânia", indicou o tenente-coronel Jay Janzen, porta-voz militar da Otan. Esta avaliação revela uma redução da presença militar do Kremlin: a Otan evocava até então a presença de "milhares" de soldados russos na Ucrânia.
O militar canadense acrescentou que a Otan não registrou na última semana nenhuma retirada de tropas russas da Ucrânia. Nas proximidades da fronteira leste da Ucrânia estão mobilizados cerca de 20 mil militares russos, número que não mudou desde o início do conflito. Em uma conversa telefônica com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente da Ucrânia Petro Poroshenko disse "que esperava que a Rússia respeitasse suas obrigações ao abrigo do Protocolo de Minsk: a retirada das tropas, o fechamento das fronteiras e a criação de uma zona tampão".
Apesar da trégua consolidada em 20 de setembro em Minsk entre Kiev, Moscou e os rebeldes, intensos combates continuam com armas pesadas ao redor do aeroporto de Donetsk, a principal cidade nas mãos dos rebeldes, informaram jornalistas da AFP. Em Popasna, uma cidade na região de Lugansk nas mãos do exército ucraniano, tiros deixaram um morto e dois feridos graves nesta terça-feira, informou o Ministério do Interior.
Um dia antes, o exército ucraniano e as autoridades locais anunciaram o balanço mais mortífero já registrado em 24 horas desde o cessar-fogo de 5 de setembro, com nove mortes nas fileiras do exército ucraniano e quatro civis mortos. Desde o cessar-fogo, pelo menos 58 pessoas foram mortas no leste da Ucrânia, um número baixo se comparado com as mais de 3.200 mortes desde o início do conflito em abril.
Bloco Poroshenko
Os confrontos ocorrem no momento em que a Ucrânia inicia o período de campanha eleitoral para eleger um novo Parlamento, uma votação que deve se cristalizar em torno da política de apaziguamento do presidente Poroshenko.
Partidos e candidatos têm até a meia-noite para registrar suas candidaturas junto à comissão eleitoral em vista das eleições de 26 de outubro. A votação não será realizada em áreas sob controle rebelde (cerca de 3% do território ucraniano) ou na península da Crimeia, anexada pela Rússia há alguns meses.
Após uma contra-ofensiva pró-russa em agosto, o presidente Poroshenko resignou-se a uma trégua e se dispôs a estender a mão aos separatistas que sonham com a unificação com a Rússia. Por sua iniciativa, o Parlamento da Ucrânia ofereceu em meados de setembro um "estatuto especial" para as regiões pró-russas, o que os rebeldes rejeitaram. Eles também se recusaram a participar das eleições de 26 de outubro, anunciando a organização de suas próprias eleições legislativas e presidenciais em 2 de novembro.
A abertura de Poroshenko lhe valeu duras críticas sete meses após a destituição de seu antecessor pró-russo Viktor Yanukovytch. Mas o Partido das Regiões do ex-presidente, que domina o Parlamento cessante, decidiu boicotar as eleições, o que deverá conduzir a uma grande renovação do Parlamento ucraniano.
De acordo com uma pesquisa recente, cerca de 40% dos eleitores escolheriam o "Bloco Poroshenko", criado para apoiar o presidente. Moscou e Kiev também devem se reunir neste fim de semana em Bruxelas para tentar resolver sua disputa de gás.