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Granma culpa o embargo americano por fuga de jogadores de beisebol cubanos

Atletas cubanos que desejam jogar na MLB "estão privados de uma relação normal, como a que tem hoje com esta organização mais de 240 atletas de 16 nações que atuam no torneio de elite dos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 29/09/2014 10:37
Havana - O jornal oficial Granma culpou nesta segunda-feira (29/9) o embargo dos Estados Unidos pela fuga de jogadores de beisebol cubanos, pois a legislação americana impede a contratação para a liga profissional dos atletas com residência na ilha. "Este corpo legal sem apoio no próprio povo americano não permite a contratação de um jogador cubano", afirma o Granma em um artigo assinado pelo subeditor Oscar Sánchez.

Os atletas cubanos que desejam jogar na Major League Baseball (MLB) "estão privados de uma relação normal, como a que tem hoje com esta organização mais de 240 atletas de 16 nações que atuam no torneio de elite dos Estados Unidos. Em outras palavras, você é elegível se renunciar a Cuba".

Segundo o Granma, a obrigação de deixar Cuba e virar um agente livre em outro país para poder ser contratado "tem o objetivo miserável de transformar os heróis em traidores, e para isto são destinadas quantias milionárias. Qualquer semelhança com a guerra não convencional não é pura coincidência".



"São mais de 10 atletas cubanos que atuam na MLB com excelentes resultados", completa o jornal oficial, que cita José Dariel Abreu, com 36 home-runs, entre outros números expressivos. O acadêmico e ex-diplomata Jesús Arboleya afirmou recentemente que os empresários do beisebol americano também são afetados pelo sistema de contratação de cubanos imposto pelo embarco, pois são obrigados a pagar contratos muito caros.

Os cubanos chegam como ;agentes livres;, uma condição que os atletas dos Estados Unidos e dos países da América Latina conseguem apenas ao fim de seus contratos originais. "Ninguém fica surpreso com a qualidade dos atletas cubanos. Surpreende mais que os hábeis empresários americanos não compreendam que não é um bom negócio ;roubar; os jogadores cubanos. Mas talvez já saibam e o que acontece é que também são vítimas da insensatez da política do embargo", concluiu Arboleya.

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