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Brigitte Bardot, a escandalosa que se tornou reclusa, faz 80 anos

A atriz que tornou-se a fantasia dos homens e alvo das ligas conservadoras, que viam nela um perigo maior que um apenas um "sex-symbol", hoje vive isolada

Ícone idolatrado das décadas de 50 e 60 por sua beleza estonteante e sensualidade exacerbada, Brigitte Bardot comemora no domingo seus 80 anos vivendo em completa reclusão, apenas acompanhada por seus amados animais. "Minha primeira vida me permitiu vencer nesta segunda. Se eu não tivesse sido Brigitte Bardot e ficado conhecida em todo o mundo, nunca teria feito um décimo do que eu faço agora pelos animais", declarou à AFP a ex-atriz que muito contribuiu para a libertação sexual no mundo muito puritano de seus dias de glória.



Desgastada pela glória, colocou um fim abrupto à sua carreira no cinema em 1973 para se dedicar aos animais depois de ver uma reportagem sobre a caça às focas.

Continua vivendo no sul da França, entre a sua propriedade "La Madrague" em Saint-Tropez, em um pacato vilarejo de pescadores que se tornou, em grande parte por causa dela, uma meca para o jet set, e no interior onde possui uma segunda residência isolada, La Garrigue.

Bardot recolhe animais em perigo e administra sua Fundação, criada em 1986. "Não vejo quase ninguém", diz ela que "não sente mais vontade de ir ao cabeleireiro".

"Mas sou combativa. Não devemos ser passivos na vida. Devemos servir para alguma coisa", diz ela.

Entre suas batalhas prioritárias, a abolição do abate de animais para rituais, o fechando de matadouros de cavalos e a proteção dos elefantes africanos.

À medida que envelheceu, a atrevida do século 20 desposou teorias da extrema direita e agora reivindica sua proximidade com Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, a quem ela apoiou nas eleições presidenciais de 2012.

Suas declarações sobre os homossexuais, a imigração, ou sobre os muçulmanos, valeram-lhe cinco condenações por incitar o ódio racial. Sua imagem é "turva", reconhecem alguns de seus biógrafos, muitos foram os que publicaram livros sobre "o rosto de uma geração".