Estocolmo - A ideia de que o australiano Julian Assange possa ser extraditado para os Estados Unidos é extravagante, afirmaram nesta terça-feira as promotoras responsáveis pela denúncia de estupro apresentada na Suécia contra o fundador do WikiLeaks.
[SAIBAMAIS]Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, apelou em julho contra a decisão de um tribunal de Estocolmo de manter o mandato de detenção europeu emitido contra ele.
Na resposta aos advogados de Assange, as promotoras Marianne Ny e Ingrid Isgren citam pela primeira vez o risco de uma eventual extradição de Assange para os Estados Unidos, o que descartam, já que não aconteceu nenhuma iniciativa americana neste sentido.
"Parece extravagante acreditar que os Estados Unidos estejam aguardando desde 2010 para iniciar um processo, com a intenção de apresentar uma demanda na Suécia e não na Grã-Bretanha", afirmaram as promotoras.
"A decisão de extradição aos Estados Unidos a partir da Suécia, imaginando que isto seja permitido na lei sueca, exigiria ainda o acordo da Grã-Bretanha", completaram.
O tribunal de apelação de Estocolmo deve comunicar a decisão durante a semana e, no caso de anulação do mandato europeu, Assange poderia recuperar a liberdade de movimento.
A justiça divulgou o mandato de detenção em 2010 para interrogar Assange sobre acusações de estupro apresentadas por duas mulheres.
Assange solicitou, em vão, um interrogatório em Londres ou por videoconferência, pedido que voltou a ser negado nesta terça-feira.
Em 2010, o Wikileaks começou a publicar 250.000 telegramas diplomáticos e 500.000 documentos militares secretor com informações sobre a diplomacia americana e as guerras do Iraque e Afeganistão.
Em agosto de 2012, o governo do Equador concedeu asilo político a Assange, mas a Grã-Bretanha não permitiu sua saída do território britânico.