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Papa Francisco defende doação de órgãos, mas considera imoral o comércio

O papa criticou aqueles que se aproveitam da pobreza para dedicar-se ao tráfico de órgãos

Roma - O papa Francisco fez um apelo a um maior número de doação de órgãos com o objetivo de deter o tráfico ilegal, mas se mostrou contrário a legalizar um mercado de órgãos, afirmou o prefeito de Roma. "O papa me autoriza a dizer que, em seu parecer, a doação generosa de órgãos deve ser estimulada, mas a utilização comercial de órgãos é imoral", afirmou o prefeito Ignazio Marino após um encontro com o pontífice na sexta-feira.


"Temos que explicar que doar órgãos é um gesto de amor. Mas entrar em uma espiral de comércio e venda é um crime", afirmou o papa, segundo Marino.

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A reunião com o prefeito aconteceu no momento em que se debate nos Estados Unidos a adoção ou não de incentivos financeiros à doação de órgãos, como o reembolso de viagens dos doadores, compensar a perda eventual de salário ou a oferta de seguros médicos. Neste contexto, alguns defendem a legalização de um mercado de doação de órgãos.

O papa Francisco criticou aqueles que se aproveitam da pobreza para dedicar-se ao tráfico de órgãos. "Explorar a pobreza de uma mãe que vende por algumas centenas de euros um rim para alimentar seus filhos, e depois traficar este rim com venda por milhares de euros, isto é um crime", disse o papa, citado pelo prefeito.

A Santa Sé não divulgou uma transcrição do encontro.