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Serra Leoa entra no segundo dia de confinamento geral pelo Ebola

A epidemia de Ebola na África ocidental é a mais grave da história da febre hemorrágica, identificada em 1976

Freetown - Serra Leoa entrou neste sábado no segundo dia de confinamento geral, após uma primeira jornada difícil para as equipes que têm a missão de informar os habitantes sobre a epidemia de Ebola, que gera uma crescente mobilização internacional. O governo decretou três dias de confinamento em todo o país para organizar uma gigantesca campanha de informação, porta a porta. O objetivo da medida, polêmica e sem precedentes, é sensibilizar a população e tentar conter a epidemia, que provocou 2.630 mortos desde o início do ano na África ocidental, especialmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné.


Em Serra Leoa, onde 562 pessoas morreram vítimas do vírus, quase 30.000 voluntários, em equipes de quatro integrantes, percorrem o país para divulgar informações sobre a doença aos seis milhões de habitantes, durante os três dias da campanha, e alertar os serviços médicos caso encontrem pessoas doentes ou mortas. "O início da campanha foi realmente muito difícil" declarou Steven Gaoja, que coordena o centro nacional de operação de emergência contra o Ebola. Ele citou problemas de "logística" e um "grande número de ligações" para o centro, que o governo não teve condições de responder.

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"Mas os problemas foram progressivamente resolvidos e o dia terminou como um sucesso", afirmou. A recepção da campanha foi positiva de um modo geral entre a população. "Havia muitas mensagens contraditórias sobre a campanha, mas agora vemos que é algo positivo para nós. Temos que salvar vidas", declarou Sammy Jones, pai de família, na zona oeste da capital Freetown.

[SAIBAMAIS] Mas algumas pessoas criticaram em particular a capacitação insuficiente das equipes. "Os supervisores estão bem treinados, mas as equipes que visitam as famílias em algumas regiões do oeste do país não estão suficientemente treinadas e não conseguem passar as informações de maneira correta", disse Abubakarr Kamara, diretor da associação Health for All (Saúde para Todos).

A organização Ação contra a Fome, presente em Serra Leoa, manifestou "preocupação com as consequências da aplicação de medidas coercitivas em massa para uma população que já sofre e que desconfia do sistema de saúde. Um contingente de 165 médicos e enfermeiras de Cuba deve desembarcar no fim de semana em Serra Leoa, um país com sistema de saúde frágil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O presidente americano Barack Obama anunciou que 3.000 militares serão enviado à África ocidental para participar na construção de novos centros de saúde, oferecer ajuda logística e ajudar no treinamento dos funcionários. A epidemia de Ebola na África ocidental é a mais grave da história da febre hemorrágica, identificada em 1976.