A campanha será lançada oficialmente pelo presidente Ernest Koroma em um discurso na televisão, que depois será repetido pelos líderes tribais em todo o país.
Medidas polêmicas
Para muitos especialistas, no entanto, as medidas coercitivas são difíceis de aplicar e poderiam ter consequências negativas.
"O país não tem capacidade para visitar cada casa em apenas três dias", disse à AFP Jean-Hervé Bradol, ex-diretor da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e que trabalhou muitos anos na África.
"A campanha pode levar muitas pessoas a ocultar possíveis pessoas infectadas e o vírus se espalharia ainda mais", disse, além de criar desconfiança entre a população e os funcionários do setor de saúde.
Mas os líderes comunitários e a população da capital Freetown apoiam a medida.
"Vamos rezar para que a operação dê certo. Apoiamos o governo", disse Samuel Johnson, de 60 anos, que perdeu uma filha para a doença.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta quarta-feira em Nova York para buscar uma resposta global, que tem custo avaliado em um bilhão de dólares.
O presidente americano, Barack Obama, prometeu enviar 3.000 soldados ao oeste da África para conter a epidemia, que pode ter consequências econômicas "catastróficas", segundo o Banco Mundial.
A epidemia de Ebola na África ocidental, a mais grave desde que o vírus foi identificado em 1976, matou 2.630 pessoas até o momento, a maioria na Libéria (1.459), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Ebola é um vírus transmitido por contato direto com o sangue, os fluidos corporais ou os tecidos de pessoas ou de animais infectados, e que tem uma taxa reduzida de sobrevivência.
Até o momento não existe nenhuma vacina ou tratamento específico, mas as pesquisas foram aceleradas nos últimos meses.