Paris - Os jihadistas europeus usam a internet para apresentar a Síria e o Iraque como um paraíso na Terra e mostram a guerra como um videogame, um tipo de propaganda que as autoridades consideram preocupante. Os combatentes, armados com kalashnikovs, enviam selfies nos quais aparecem sorridentes comendo pizza e aproveitando o luxo das luxuosas mansões confiscadas pelo grupo Estado Islâmico (EI).
O primeiro contato físico da maioria dos europeus com um jihadista ocorre depois de ter cruzado a fronteira turca com a Síria. Este envolvimento virtual, muito discreto, complica o trabalho dos serviços de inteligência. A criação na França da nova Direção Geral da Segurança Interior (DGSI) tem por objetivo sobretudo o recrutamento de engenheiros para melhorar a detecção na internet destes candidatos e dos recrutadores.
As grandes redes sociais não vigiam, mas encerram as contas que descumprem as condições de utilização, especialmente no caso de incitação à violência. Então começa o jogo de gato e rato, que consiste em reabrir a conta com outra identidade, que será novamente cancelada. No dia 24 de setembro, uma reunião da cúpula do Conselho de Segurança da ONU se concentrará na ameaça dos jihadistas estrangeiros que operam na Síria e no Iraque.
Os Estados Unidos esperam que o encontro leve a uma resolução vinculante que fixe um marco legal para evitar os alistamentos. A Alemanha já se dotou na sexta-feira de armas jurídicas que proíbem a comunicação por texto, imagens ou sons de tudo relacionado ao grupo EI, sobretudo nas redes sociais.