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Sudão do Sul afirma que não expulsará trabalhadores estrangeiros

Na terça-feira, foi informado que o governo sul-sudanês teria ordenado que todas as empresas privadas e ONGs que operam no país fossem impedidas de empregar estrangeiros

Juba - O governo do Sudão do Sul, mergulhado em uma guerra civil, afirmou nesta quarta-feira (17/9) que não pretende expulsar os estrangeiros que trabalham no país, uma contradição ao anúncio da véspera, que causou uma onda de protestos das agências de desenvolvimento e dos países vizinhos. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Barnaba Marial Benjamin.

Na terça-feira, foi informado que o governo sul-sudanês teria ordenado que todas as empresas privadas e ONGs que operam no país fossem impedidas de empregar estrangeiros e que estes deveriam ser substituídos por cidadãos do Sudão do Sul. "O ministro do Trabalho, Ngor Ngor Kolong, ordena a todas as ONGs e empresas privadas que operam no Sudão do Sul a notificar todos os estrangeiros que trabalham para eles, em todos os cargos, para que cessem de trabalhar no campo a partir de 15 de outubro", afirmava uma circular oficial de 12 de setembro, publicada nesta terça-feira na imprensa local.



[SAIBAMAIS]"Este aviso de um mês começa em 15 de setembro de 2014 e termina em 15 de outubro", completa a nota. O Sudão do Sul, mais novo país do mundo, proclamou sua independência em 9 de julho de 2011, arruinado após décadas de uma guerra violenta e destrutiva contra Cartum. O país mergulhou recentemente em um novo conflito entre tropas leais ao presidente Salva Kiir e os insurgentes leais a seu ex-vice-presidente Riek Machar, em meio a rivalidade entre os dois homens à frente do regime e de uma ressentimentos étnicos entre as duas principais comunidades do país, representadas respectivamente pelos dois homens.

Os combates, acompanhados de massacres étnicos, resultaram em milhares ou dezenas de milhares de mortos e forçaram mais de 1,8 milhão de sul-sudaneses a deixar suas casas. O país está ameaçado pela fome, segundo a ONU e as agências humanitárias, e parte da população depende de ONGs para obter alimento. Além disso, o Sudão do Sul é extremamente carente de mão de obra qualificada. Apesar dos importantes recursos do petróleo, o jovem país, desprovido de indústria e de infraestrutura real, esforça-se para decolar após a independência, mas foi severamente afetado pelo novo conflito.