Nova York - Os Estados Unidos apresentaram nesta terça-feira (19/8) aos seus 14 sócios do Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução destinado a mobilizar os governos para conter o avanço preocupante da epidemia de ebola na África.
Esse texto deve ser adotado em uma reunião de emergência do Conselho na quinta-feira, que é presidido em setembro pelos Estados Unidos.
[SAIBAMAIS]É pouco habitual que o Conselho adote uma resolução sobre uma crise de saúde pública. Isso tinha acontecido apenas duas vezes, com textos sobre a Aids em 2000 e 2011.
Neste texto, do qual a AFP recebeu uma cópia, o Conselho considera que "o crescimento sem precedentes da epidemia de ebola representa uma ameaça à paz e à segurança internacionais".
O organismo faz "uma convocação aos Estados-membros para que forneçam ajuda de emergência" aos países afetados pela doença, principalmente Guiné, Serra Leoa e Libéria, enviando hospitais de campanha, médicos e enfermeiras, e colaborando com capacidades logísticas para o transporte aéreo.
A instituição pede que os Estados, em particular da África Ocidental, suspendam "as restrições de viagem impostas devido à doença" e que as companhias aéreas e de navegação "mantenham suas conexões" com os países afetados.
Muitas companhias aéreas decidiram suspender os voos em países atingidos e algumas nações vizinhas fecharam suas fronteiras.
Segundo a resolução, essas restrições "isolam ainda mais os países afetados e comprometem seus esforços para reagir à epidemia."
As Nações Unidas devem "intensificar sua resposta à epidemia", acrescentou o texto apresentado pelos Estados Unidos.
A epidemia de ebola no oeste da África, a mais grave desde que o vírus foi identificado em 1976, matou mais de 2.460 pessoas em 4.985 casos (confirmados, prováveis, suspeitos), de acordo com o último registro da Organização Mundial de Saúde divulgado nesta terça-feira.
Os países mais afetados são Libéria (1.137 mortos), Guiné (557 mortos) e Serra Leoa(524 mortos).