Londres - Alex Salmond, impulsionador de uma Escócia independente, tem razões para estar satisfeito com o seu referendo separatista que decidirá o destino de seu país: no melhor dos casos, obterá uma vitória histórica e, no pior dos cenários, conseguirá grandes concessões por parte de Londres. O ex-funcionário e ex-economista do Royal Bank of Scotland pode, legitimamente, aspirar a alcançar, aos 59 anos, o sonho de uma vida.
Eleito primeiro-ministro regional em 2007, dominou o heterogêneo SNP com um punho de ferro. Deliberadamente provocador, lembrou que seu pai era um admirador do ditador soviético Joseph Stalin. Em 2011, o SNP finalmente ganhou a maioria absoluta no Parlamento escocês. Salmond, que recrutou para sua causa o ator Sean Connery e que cultiva amizade com magnatas como Rupert Murdoch e Donald Trump, exigiu um referendo. E ele conseguiu.
Anti-Westminster
De acordo com seus colegas, ele tem "um temperamento explosivo" e um senso inato de proferir as palavras mais ofensivas e contundentes. Sua piada política favorita? "Há mais pandas gigantes (dois) no Zoo de Edimburgo que deputados conservadores para a Escócia". Na verdade, apenas um sobreviveu ao tsunami SNP. Salmond carrega contra ele o "establishment" de Westminster, como é conhecido no Parlamento britânico e no mundo político de Londres, mas nega qualquer sentimento anti-britânico. Apesar de supostamente ser republicano, prometeu manter a rainha Elizabeth como soberana.
Comunicativo, não diz nada sobre sua vida privada. Sua esposa Moira, 17 anos mais velha que ele, raramente aparece ao seu lado. O casal não tem filhos. Suas paixões? Ama corrida de cavalos e por um tempo fez previsões para um jornal de Glasgow. Desfruta com um bom vinho Bordeaux, o curry, e é fã de futebol, torcendo para o Hearts. Também gosta de cantar. Com uma predileção por "Scots Wha Hae", que narra a vitória escocesa sobre os ingleses na Batalha de Bannockburn, há 700 anos.