Washington - "Todas as bases estão cobertas" pela coalizão multinacional liderada por Washington para derrotar o Estado Islâmico, declarou o secretário de Estado americano, John Kerry, que multiplica seus esforços diplomáticos no Oriente Médio.
"Cada um dos elementos da campanha do presidente (Obama) e o que é preciso fazer para cumprir nosso objetivo foi oferecido por um ou vários países e todas as bases estão cobertas", declarou o chefe da diplomacia em Washington em uma entrevista ao programa Face the Nation da CBS.
Kerry falou a partir do Cairo no sábado, antes da divulgação do vídeo da execução de um terceiro refém ocidental por parte do EI, o britânico David Haines, e antes da eventual votação no Congresso nesta semana do plano do presidente, Barack Obama, para treinar e equipar rebeldes sírios moderados, um elemento chave de sua estratégia para destruir a organização jihadista sunita.
Não haverá coordenação com o regime sírio
No entanto, Kerry reafirmou neste domingo que Washington não tem planos de coordenar com Damasco possíveis ataques contra o EI na Síria, mas disse que vai fazer todo o possível para evitar incidentes. "Não haverá uma coordenação com a Síria", ressaltou Kerry na entrevista.
Funcionários do governo sírio haviam falado da possibilidade de coordenar uma ação contra o EI. O regime de Bashar al-Assad realiza há semanas ataques aéreos contra posições do jihadistas, que proclamaram um califado sobre os territórios que controla no Iraque e na Síria.
"Nós não vamos coordenar, não se trata de um esforço de cooperação", afirmou Kerry, embora tenha admitido medidas para evitar o risco de colisão no ar ou fogo cruzado.
Os Estados Unidos bombardearam posições do Estado Islâmico no Iraque quase todos os dias desde 8 de agosto, como parte das operações para auxiliar as forças iraquianas e curdas a recuperar o controle dos territórios tomados pelo grupo, formado por muçulmanos sunitas ultrarradicais.
Na semana passada, Obama autorizou ataques aéreos na Síria, onde o EI tem suas bases de retaguarda, mas por hora esses ataques não foram executados.
Kerry, que está em giro pelo Oriente Médio desde quarta-feira para formar uma ampla coalizão contra os jihadistas, mostrou-se satisfeito com a resposta aos pedidos feitos por uma ampla cooperação internacional para enfraquecer e destruir o EI.
Objetivos da campanha no Oriente Médio
A campanha contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI) terminará quando este grupo já não representar uma ameaça aos Estados Unidos e aos seus aliados no Oriente Médio, declarou neste domingo um assessor do presidente Barack Obama.
O chefe de gabinete da Casa Branca, Denis McDonough, afirmou que o objetivo da estratégia delineada por Obama é fazer com que o EI "não atraia novos seguidores e não ameace os muçulmanos na Síria, Irã, Iraque e em outros lugares. Isto é exatamente o que significaria uma vitória".
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"Obviamente, é uma tarefa complexa", admitiu McDonough. "Essa é a razão pela qual o presidente tem agido com cautela e prudência", acrescentou em uma entrevista transmitida no programa televisivo Meet the Press da NBC.
O plano de Obama apresentado em seu discurso no dia 10 de setembro, que inclui uma intensificação dos ataques aéreos contra o EI, recebeu uma resposta cética, e seus críticos apontaram que mesmo a Al-Qaeda não foi destruída após uma guerra liderada pelos Estados Unidos durante 13 anos.