O diretor egípcio de um orfanato no Cairo foi condenado nesta quarta-feira (10/9) a três anos de prisão, dois deles em regime fechado, por agredir violentamente várias crianças, após a difusão de um vídeo nas redes sociais que escandalizou os internautas.
Osama Mohamed Othman foi preso em 4 de agosto logo após a divulgação do vídeo, filmado sem o seu conhecimento, por sua ex-esposa. Nas imagens, é possível ver o homem chutar e bater com um pedaço de madeira as crianças que corriam, gritando de dor.
Nesta quarta-feira, um tribunal penal do Cairo condenou a três anos de prisão, com um ano em regime semi-aberto sob fiança de mil libras egípcias (cerca de 100 euros), por "uso da força e brutalidade" contra crianças.
O vídeo teria sido filmado há um pouco mais de três meses, mas as crianças do orfanato garantiram que eram agredidas regularmente, segundo a ata de acusação. "Ele costumava bater nas crianças e é por isso que eu filmei e poste o vídeo na internet para o desmascará-lo", afirmou a ex-mulher à imprensa egípcia no início de agosto.
O vídeo provocou indignação generalizada nas redes sociais. De acordo com a promotoria, as crianças disseram que eram espancadas quando assistiam à televisão sem permissão.
O julgamento, considerado relativamente leve, ocorre em meio a uma onda de ações judiciais em que os juízes condenam à morte, à prisão perpétua ou a longas penas de prisão centenas de simpatizantes do ex-presidente islamita Mohamed Mursi, deposto em 2013 pelo exército, sob acusação de participar de protestos.
Estes julgamentos em massa, expedidos em poucos minutos a centenas de réus de uma só vez, foram denunciados pelas Nações Unidas, que os chamou de "sem precedentes na história recente" do mundo.