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Negociações de última hora no Iraque tentam formar governo de união

Embora a ofensiva jihadista tenha sido freada graças as forças iraquianas e curdas, assim como aos bombardeios aéreos dos Estados Unidos, os atos de violência continuam ocorrendo

Bagdá - As negociações no Iraque para formar um governo de união depois de anos de profundas divisões prosseguiam nesta segunda-feira (8/9), poucas horas antes da sessão do parlamento que deve aprovar sua composição. O primeiro-ministro Haidar al Abadi, sucessor do polêmico Nuri al-Maliki, foi nomeado em 11 de agosto para formar um novo governo, em plena ofensiva dos jihadistas sunitas do Estado Islâmico (EI), que controlam várias zonas do país.

Abadi tem como limite máximo até terça ou quarta-feira (10/9) para apresentar o gabinete. A comunidade internacional, que quer ajudar o Iraque a combater o EI, pede um governo de união que reúna todas as forças políticas e acusou Maliki de ter favorecido a ofensiva jihadista com uma política autoritária e de discriminação em relação à minoria sunita. Enquanto isso, a violência prossegue no país.

[SAIBAMAIS]Dois terroristas suicidas detonaram nesta segunda-feira ao norte de Bagdá seus carros carregados de explosivos e mataram ao menos 18 pessoas, indicaram fontes policiais e de saúde. Os atentados, que ocorreram na cidade de Dhuluiya, também deixaram 50 feridos, segundo as mesmas fontes. O número de atentados no Iraque aumentou consideravelmente desde 2012. Os ataques não foram reivindicados, mas os atentados suicidas são realizados geralmente por extremistas sunitas, incluindo os do EI.



Embora a ofensiva jihadista tenha sido freada graças a uma contra-ofensiva das forças iraquianas e curdas, assim como aos bombardeios aéreos dos Estados Unidos, os atos de violência continuam ocorrendo, em particular contra os bairros xiitas, com atentados que têm como alvo tanto as forças de ordem quanto civis. Segundo o novo alto comissário para os direitos humanos da ONU, os jihadistas querem criar um mundo sanguinário.

"Como poderia funcionar no futuro um Estado takfiri? (um termo que designa os extremistas sunitas) Seria um mundo violento, mal-intencionado, onde não haveria sombra nem refúgio para os que não forem takfiri", declarou o jordaniano Zeid Ra;ad al Hussein em seu primeiro discurso na abertura da 27; sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra. Também afirmou que é uma "prioridade imediata e absoluta" colocar fim aos conflitos do Iraque e da Síria, onde o grupo jihadista Estado Islâmico "demonstrou sua indiferença absoluta e deliberada aos direitos humanos".