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Ucrânia se aproxima de cessar-fogo, enquanto Otan se une contra a Rússia

Cs chefes de governo e de Estado devem aprovar um plano para mobilizar tropas e equipamento militar no leste da Europa

Newport - Os líderes da Otan acusaram nesta quinta-feira (4/9) a Rússia de não ter dado "um passo em direção à paz" na Ucrânia, depois do anúncio de um possível cessar-fogo entre Kiev e os separatistas, que levou o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, a manifestar um "otimismo prudente". "Em vez de reduzir a tensão nesta crise, a Rússia só aumentou", afirmou o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em uma entrevista coletiva à imprensa depois de uma reunião do Conselho Ucrânia-Otan.



"Todos os esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise na Ucrânia são bem-vindos", acrescentou o secretário-geral da Otan, ressaltando que a Rússia deve conter o "fluxo de armas e combatentes" para o leste ucraniano e "se comprometer com um processo político construtivo." "Isto seria um esforço genuíno para proporcionar uma solução pacífica", completou.

Mais cedo, Poroshenko falou sobre a situação na Ucrânia com os líderes de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Itália. O francês François Hollande pediu um "verdadeiro cessar-fogo" para que um processo político possa ser levado adiante. O mandatário francês afirmou que um cessar-fogo e uma solução política são as duas condições que a França espera ver reunidas para entregar os dois navios de guerra encomendados pela Rússia, em um contrato de 1,2 bilhão de euros.

A Otan acusa a Rússia de enviar tropas e armamento sem identificação para o leste da Ucrânia, algo que Moscou nega. O chanceler russo, Serguei Lavrov, negou nesta quinta qualquer envolvimento da Rússia na Ucrânia e acusou os Estados Unidos de comprometerem os esforços de paz ao apoiar os "partidários da guerra". Nas frentes de batalha, havia poucos sinais de mudança. Jornalistas da AFP ouviram explosões nos arredores da cidade portuária de Mariupol e no reduto separatista de Donetsk.

Estado Islâmico na agenda

A Otan também está disposta a estudar "seriamente" os pedidos de ajuda do Iraque na luta contra os extremistas do Estado Islâmico (EI), declarou Rasmussen. "Toda a comunidade internacional tem a obrigação de conter o avanço" do EI, acrescentou. Na noite desta quinta, os líderes dos países-membros da Otan discutirão a resposta a ser dada a este grupo extremista responsável por inúmeros assassinatos e atrocidades.

A polícia iraquiana anunciou nesta quinta que os jihadistas haviam sequestrado dezenas de pessoas em um povoado do norte. Durante a cúpula, o presidente Barack Obama tentará criar uma coalizão contra o EI. Dois jornalistas americanos foram decapitados pelos extremistas e um cidadão britânico está em poder do grupo. Londres não descarta participar de ataques aéreos no Iraque.