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ONU enviará missão ao Iraque para investigar crimes do Estados Islâmico

Ao todo, 47 integrantes das Nações Unidas vão apurar atos desumanos cometidos pelo EI



"Os relatórios que temos recebido indicam atos em uma escala de desumanidade inimaginável", declarou Flavia Pansieri, alta comissária adjunta das Nações Unidas para os Direitos Humanos, citando assassinatos seletivos, conversões forçadas, sequestros, escravidão, tortura e perseguição sistemática por motivos religiosos e étnicos.

Desde 9 de junho os insurgentes sunitas liderados pelos ultrarradicais jihadistas do EI tomaram grandes faixas de território no Iraque, multiplicando os abusos e forçando centenas de milhares de pessoas a deixar suas casas.

A ONU denuncia um "limpeza étnica e religiosa" contra cristãos, yazidis, shabaks, turcomanos, kaka;e e sabeus ".

"Os efeitos do conflito sobre as crianças do Iraque são catastróficos", criticou Pansieri, lamentando o recrutamento de crianças pelos jihadistas. "Aqueles que escaparam falam de posicionamento na linha de frente, uso de crianças como escudos, ou ainda alguns obrigados a doar sangue para combatentes feridos", acrescentou.

"Vários grupos acompanham intencionalmente as ações que são contrárias ao direito humanitário internacional e por razões étnicas e religiosas. Este é um crime contra a humanidade", concluiu, denunciando ainda os assassinatos pelas forças de segurança e as milícias iraquianas anti-EI.

Por sua vez, a ONG UN Watch lamentou que os investigadores não terão o mandato de investigar os crimes do governo iraquiano.