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Dois condenados à morte no Japão são enforcados em execução

Japão e EUA são as únicas democracias industrializadas que aplicam a pena de morte, prática denunciada e contestada pelas associações internacionais de defesa dos direitos humanos

Tóquio - Dois condenados à morte foram enforcados na manhã desta sexta-feira (29/8) no Japão, o que eleva a três o número de executados durante o ano e a onze desde o retorno ao poder dos conservadores, em dezembro de 2012, anunciou o ministério da Justiça. A execução mais recente datava do dia 26 de junho. Esta é a sexta vez que durante o governo de direita (1 ano e 8 meses) réus são executados por enforcamento. Segundo os meios de comunicação japoneses, ainda restam 125 condenados no "corredor da morte".

O ritmo das execuções é muito variável no Japão em função da opinião do ministro da Justiça no poder, cuja assinatura é indispensável para concretizá-las. Desta forma, apesar do amplo apoio da população japonesa à pena capital este país não executou ninguém em 2011, o que foi uma novidade em 20 anos, já que os ministros da Justiça de centro-esquerda que se sucederam na época se negaram a assinar sentenças de morte. Mas em março de 2012 as execuções foram retomadas com o enforcamento de três assassinos reincidentes.



Japão e Estados Unidos são as únicas democracias industrializadas que aplicam a pena de morte, uma prática permanentemente denunciada e contestada pelas associações internacionais de defesa dos direitos humanos. Embora a pena de morte não seja alvo de debates apaixonados no arquipélago, a polêmica foi alimentada nos últimos anos após a revelação de vários erros judiciais que levaram eventuais inocentes ao corredor da morte.

O caso mais recente e mais famoso foi o de Iwao Hakamada, um homem de 78 anos libertado depois de esperar por quase meio século sua execução. Apesar da confirmação de sua pena em 1980 por parte da Suprema Corte, a justiça decidiu em março libertá-lo antes de um novo julgamento novamente como consequência de novas dúvidas sobre sua culpa.