Gaza - A diplomacia egípcia se esforçava nesta segunda-feira (25/8) para fazer Israel e o Hamas entrarem em acordo sobre uma trégua em Gaza, onde novos ataques aéreos israelenses deixaram pelo menos dez palestinos mortos. O Cairo, vizinho e mediador habitual, propôs um novo cessar-fogo em Gaza para deter uma guerra que em 49 dias deixou mais de 2.100 mortos do lado palestino, 70% deles civis, segundo a ONU, e 68 do lado israelense, incluindo 64 soldados.
[SAIBAMAIS]Mas as negociações, indiretas - já que Israel nega-se a dividir a mesma mesa com os delegados do Hamas -, esbarraram em exigências até agora irreconciliáveis: as garantias de segurança dos israelenses e o fim do bloqueio israelense por parte dos palestinos. Israelenses e palestinos retomaram as hostilidades no dia 19 de agosto, com intensos ataques aéreos, de um lado, e foguetes e morteiros, de outro. Desde então 109 palestinos e um israelense morreram.
Nesta segunda-feira, oito palestinos morreram em ataques israelenses contra Gaza, entre eles uma mãe e seu filho de três anos, em ataques israelenses, segundo fontes médicas. Em Beit Furik, no norte da Cisjordânia, um adolescente palestino baleado na sexta-feira por soldados israelenses durante uma manifestação em solidariedade a Gaza faleceu nesta segunda. De acordo com a ONU, pelo menos 20 palestinos morreram na Cisjordânia desde o início da campanha israelense em Gaza, no dia 8 de julho.
Incerteza no horizonte
O Exército israelense indicou nesta segunda-feira que havia bombardeado cerca de 30 alvos e que 71 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza tinham caído em território israelense, sem deixar vítimas.
Segundo testemunhas, os aviões israelenses destruíram duas mesquitas, uma em Beit Hanun, no norte do enclave, e a outra na cidade de Gaza. No domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que a campanha "Barreira Protetora" seguirá "até que seu objetivo tenha sido alcançado, o que pode levar algum tempo".
De acordo com Netanyahu, Israel pode manter as operações após o início do ano letivo, na próxima segunda-feira. O detalhe é importante, já que a opinião pública teme que as crianças do sul de Israel voltem às aulas sob a ameaça dos foguetes de Gaza. Em Gaza, a guerra impediu a volta às aulas de meio milhão de crianças palestinas no domingo, como estava previsto, segundo várias organizações humanitárias.