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Após derrubar drone israelense, Irã vai armar palestinos da Cisjordânia

A televisão iraniana exibiu imagens de destroços que pareciam corresponder a um avião não tripulado

Teerã - Teerã vai acelerar o envio de armas a Cisjordânia, em resposta ao uso de um drone espião israelense no Irã, que foi abatido, anunciou um comandante da Guarda Revolucionária.

"Vamos acelerar o fornecimento de armas a Cisjordânia e nos reservamos o direito de dar qualquer resposta ao envio de um avião não tripulado israelense do tipo Hermes, abatido quando se aproximava da central de enriquecimento de urânio de Natanz", declarou o general Amir Ali Hajizadeh, segundo o site oficial Sepahnews.com.

A televisão iraniana exibiu imagens de destroços que pareciam corresponder a um avião não tripulado. O Irã, que não reconhece a existência do Estado de Israel, afirmou nas últimas semanas que forneceu aos combatentes palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica a tecnologia necessária para a fabricação de mísseis destinados a bombardear cidades israelenses a partir de Gaza.

"Caso repitam este tipo de ato, daremos uma grande resposta", advertiu o general Hajizadeh, comandante das forças aéreas da Guarda Revolucionária, o exército de elite do regime islâmico iraniano. "O drone abatido é do tipo Hermes e foi fabricado pelo regime sionista", declarou o general.



"É um drone furtivo, capaz de escapar dos radares", afirmou. O militar destacou que várias peças intactas do aparelho foram recuperadas e estavam sendo analisadas.

No domingo, a Guarda Revolucionária anunciou tert abatido um "drone espião do regime sionista que tentava se aproximar da central nuclear de Natanz".

Hajizadeh disse que "o drone decolou de um terceiro país", sem informar qual. "Foi localizado pelo sistema de vigilância do exército e depois abatido por míssil terra-ar da Guarda Revolucionária", completou o comandante.

Procurado pela AFP, o exército israelense afirmou que "não comenta informações da imprensa". A unidade de Natanz é o principal centro de enriquecimento de urânio do Irã, onde estão instaladas mais de 16.000 centrífugas. Outras 3.000 estão na central de Fordoo, escondidas entre as montanhas e mais difíceis de destruir. Israel ameaçou várias vezes atacar as instalações nucleares iranianas.