Jerusalém - O governo israelense utilizou uma foto da execução do jornalista americano James Foley no Twitter para condenar o Hamas, associando-o ao Estado islâmico (EI), o grupo jihadista que assumiu a responsabilidade pelo assassinato, antes de removê-la nesta sexta-feira após uma saraivada de críticas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou esta imagem, associada com a de combatentes do Hamas arrastando o corpo de um homem executado por "colaboração" com Israel. Atacando o movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza, com o qual Israel trava uma guerra desde 8 de julho, ele escreveu em sua conta oficial: "O Hamas é o EI. O EI é o Hamas. Eles são os inimigos de todos os países civilizados".
A conta oficial do ministério das Relações Exteriores exibia a mesma imagem, dizendo que "organizações terroristas islâmicas como o Hamas e o EI são inimigas da paz e de todas as nações civilizadas".
Pouco depois, o ministério excluiu esse tuíte e um oficial disse, sob condição de anonimato, "que o fato de usar essa imagem é inapropriado" após a imprensa questionar o seu uso.
Um funcionário do gabinete de Netanyahu, que também pediu para não ser identificado, declarou que a foto foi retirada da conta oficial, mas que "a mesma mensagem foi postada de novo". A bandeira preta da jihad foi anexada à mensagem em vez da foto da execução de James Foley.
Um dos líderes do Hamas, Ezzat al-Richq, rejeitou firmemente no Facebook "a tentativa de Netanyahu de misturar o Hamas a uma outra organização". Ele também denunciou o uso da imagem como um "desrespeito aos mortos".
"O Hamas é um movimento de libertação nacional, cujos membros lutam pela liberdade de seu povo e os seus direitos", escreveu.
Na terça-feira, o EI publicou um vídeo mostrando um de seus combatentes, provavelmente britânico, decapitando o jornalista americano James Foley, que foi sequestrado em 2012 na Síria. Sua difusão nas redes sociais provocou polêmica e o Twitter retirou toda publicação deste vídeo ou imagens.