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Após dias de protestos, Secretário da Justiça dos EUA visita Ferguson

A morte de um jovem negro por um policial branco reavivou o fantasma dos problemas raciais do país



"Observamos esta noite uma dinâmica diferente", afirmou o capitão. Holder, também um afro-americano, visita a localidade do centro do país a pedido do Barack Obama. Ele prometeu que a investigação dos fatos será "completa, imparcial e independente, mas que levará tempo".

Pela primeira vez nos últimos dias, as manifestações da noite de terça-feira transcorreram em relativa calma. Centenas de pessoas se reuniram perto do local onde, em 9 de agosto, Brown, de 18 anos, foi morto pelo policial e exigiram que se faça justiça.

"Não disparem", gritaram os manifestantes, com os braços erguidos, ante as forças de segurança, que evitou confrontos ante as acusações de uso de violência.

Mas, na terça-feira, a polícia voltou a matar um jovem negro, desta vez no Missouri (centro dos EUA). A Polícia de Saint Louis matou o afro-americano armado com uma faca e aparentemente com problemas mentais em Saint Louis, não muito distante de Ferguson.

Funerais públicos


Anthony Gray, um dos advogados da família de Brown, disse a jornalistas que o enterro do jovem será público e vai contar com a presença de "líderes nacionais". A morte de Brown ganhou dimensão nacional e reavivou o fantasma dos conflitos raciais nos Estados Unidos.

Os protestos e a violência são cada vez mais violentos em Ferguson, que tem uma população de maioria negra, desde que em 9 de agosto um policial branco Darren Wilson matou a tiros Brown, de 18 anos que estava desarmado no momento dos fatos.

O presidente Barack Obama disse após uma entrevista coletiva à imprensa que havia pedido ao governador do Missouri um uso limitado da Guarda Nacional, que havia chegado na segunda-feira ao local, e advertiu que a polícia não tem desculpa para empregar uma "força excessiva".

A importância de elucidar a morte de Brown resultou na decisão de se realizar três necropsias. Uma foi solicitada às autoridades locais, outra à família e uma terceira ao Departamento de Justiça.

O médico legista Michael Baden, que examinou o corpo do jovem a pedido de sua família, disse nesta segunda que não havia encontrado sinais de briga com o policial e que o jovem tinha sido atingido por pelo menos seis tiros, dois deles na cabeça.

A ausência de pólvora no corpo de Brown aponta que a pistola pode ter estado a uma distância de até dez metros, segundo Baden, que deixou claro que suas conclusões são preliminares.

A polícia indicou que, ao deter Brown, o jovem tentou tomar a arma do agente. Mas algumas testemunhas afirmam que, no momento em que sofreu os disparos, Brown estava com as mãos para cima, sem impor resistência.