Nova Délhi - A Índia libertou nesta terça-feira (19/8) uma militante dos direitos humanos em greve de fome há quase 14 anos, e que protestava contra a concessão de poderes especiais ao exército em sua região do nordeste do país, anunciou sua advogada.
Apelidada de "dama de ferro de Manipur", em referência a este estado pobre próximo à fronteira birmanesa, Irom Chanu Sharmila deixou de se alimentar no dia 2 de novembro de 2000 depois de presenciar a morte de dez pessoas pelas mãos do exército, em um ponto de ônibus situado perto de sua casa.
A mulher, que agora tem 42 anos, foi detida pouco depois de iniciar sua greve de fome por tentativa de suicídio. Depois a mandaram ao hospital de uma prisão, onde foi alimentada à força três vezes ao dia.
A cada vez que os tribunais locais a libertavam, retomava sua greve de fome e voltava a ser detida. Atualmente encontra-se no hospital Jawaharlal Nehru de Imphal, a capital de Manipur.
Com seu protesto, a ativista quis denunciar a lei de poderes especiais das forças armadas, adotada em 1990 e que permite a elas disparar e deter suspeitos sem ordem judicial. O Estado de Manipur abriga vinte grupos separatistas, que pedem a independência ou a autonomia.
Associações internacionais defensoras dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, condenaram esta lei, e consideram que serviu de pretexto para realizar execuções extrajudiciais.