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Ucrânia não permitirá passagem de 'comboio humanitário de Putin'

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Kiev declarou que prosseguiam as conversas sobre o envio de uma ajuda humanitária russa para a Ucrânia

Kiev - O governo ucraniano afirmou nesta quarta-feira (13/8) que não permitirá a entrada do gigantesco comboio russo com ajuda humanitária que se aproxima da fronteira, por temer, assim como as potências ocidentais, que possa acobertar uma intervenção militar. "Nenhum ;comboio humanitário; do presidente Vladimir Putin passará pela região de Kharkov", destacou o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov, a respeito da área do nordeste do país controlada por Kiev e por onde Moscou anunciou que entraria a coluna de caminhões que partiu na terça-feira da Rússia.



A Ucrânia exigia a princípio a retirada da carga na fronteira e a transferência para caminhões supervisionados pelo CICV, para que o material fosse levado prioritariamente à população do reduto separatista de Lugansk. Mas os russos argumentaram que a transferência levaria muito tempo e apresentaram a proposta de, após uma inspeção na fronteira, continuidade da viagem em seus caminhões sob a supervisão do CICV, com representantes da Cruz Vermelha, da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e do governo ucraniano a bordo.

Moscou denuncia que a situação humanitária em Lugansk, onde não existe energia elétrica ou água corrente, é "crítica". Mas a principal ofensiva do exército ucraniano acontece em outra cidade, Donetsk, que Kiev pretende isolar. Os ataques de artilharia da Ucrânia parecem ter debilitado consideravelmente as posições separatistas, mas também provocaram muitas vítimas civis.

Doze membros do movimento ultranacionalista Pravy Sektor, que combatem ao lado das forças ucranianas, morreram nesta quarta-feira em uma emboscada em Donetsk. O exército ucraniano anunciou 11 mortes em 24 horas. A ONU calcula em 1.300 o número de mortos desde o início dos combates no leste da Ucrânia e em 285 mil o número de moradores obrigados a fugir de suas casas. Putin deve comandar nesta quarta-feira uma reunião do Conselho Nacional de Segurança na Crimeia, a península ucraniana que a Rússia anexou em março, onde na quinta-feira pronunciará um discurso aos deputados russos.