Uma série de doloridas perdas se acumulam em 2014. Na noite da última segunda-feira, foi divulgada a morte do ator norte-americano Robin Williams, provavelmente por suicídio depois de uma internação para tratamento do vício de cocaína e álcool. Rápido como pólvora a notícia se espalhou pela internet e passou a ser o assunto mais comentado a invadir as redes sociais durante toda a terça-feira.
[SAIBAMAIS]O fim do ator, de 63 anos, encontrado enfocardo com um cinto e com os pulsos cortados, aconteceu em um momento da carreira em que Williams estava ativo, embora tenha perdido o vigor do passado de glórias e que culminou no recebimento de um Oscar de melhor intérprete masculino coadjuvante ; pelo papel em Gênio indomável (1997).A versatilidade do ator dividiu as lembranças dos fãs entre os papéis dramáticos e cômicos em homenagens espalhadas pela rede mundial de computadores. Williams teve uma carreira de 40 anos e mais de 100 trabalhos para o cinema e a televisão. Em ambos, era capaz de emocionar a plateia intensamente.
A dificuldade de fazer rir e também chorar não parecia existir dentro da vasta técnica do intérprete nascido em Chicago em 1951. ;Williams articulou bem um legado com Chaplin e Buster Keaton. Mostrou-se uma figura propensa a determinada linha de comédia emblemática, com algo de mais elaborado. Muito popular, representava o contínuo diálogo com o público em sofisticada tipologia pessoal, com mudanças físicas e tiques únicos para personagens de Uma babá quase perfeita (1993) e A gaiola das loucas (1996). Nos anos 1980, trouxe de volta a antiga comédia americana, com uso do corpo, não excessivamente baseada em gags;, observa o crítico de cinema Orlando Margarido.
Declínio
Não seria errado dizer que a alma humana e todas as suas matizes ; as mais iluminadas e as sombras mais escuras ; habitavam a personalidade do homem por trás do astro. O crítico de cinema argentino Diego Lerer, presente ao 42; Festival de Gramado, teve a chance de entrevistar o astro no meio dos anos 1990, quando notou as oscilações de humor de seu interlocutor.
O que eles disseram
"Não era exatamente meu gosto de filme, mas o via como bom comediante. Não sabia que ele estava nessa trip toda. Uma pena, porque era um bom comediante: lembro bem dele em filmes como Bom-dia Vietnã, Hook ; A volta do capitão Gancho, Alladin e o divertido Patch Adams.
Giba Assis Brasil, montador e roteirista de cinema
"A gente fica triste. É um talento que se vai tão cedo. Acho que ele começou muito bem, em filmes como Bom-dia Vietnã. Tinha talento e penso que ainda poderia fazer muita coisa boa."
Jorge Furtado, diretor de O mercado de notícias
"Ele representa, para mim, a crueldade de Hollywood. Um verdadeiro fazedor de sucessos, por bons anos, e quando engatilhou dois ou quatro fracassos, foi execrado. É um mundo bem cruel, em que as pessoas são usadas no que tem de melhor, e o bagaço é cuspido. Lembro, curiosamente, de que ele chegou a ser cogitado até pelo Oscar, pela duglagem de Alladim, para se ter a dimensão do que representou. Me parece que o envolvimento com drogas não foi à toa"
Celso Sabadin, crítico de cinema e diretor do documentário Mazzaropi
"Dá uma tristeza de saber dele, justo alguém que fez tanta gente rir. Piora, se a gente lembrar da solidão e da depressão. Triste, como qualquer morte prematura. Ele era muito único."
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