De acordo com o patriarca caldeu Louis Sako, 100 mil cristãos foram obrigados a abandonar suas casas "com nada além de suas roupas", após a tomada de Qaraqosh e de outras cidades na região de Mossul (norte) pelos combatentes do EI.
Entre as localidades ocupadas estão Tal Kayf, Bartela e Karamlesh, que foram "esvaziadas de seus habitantes", denunciou o bispo Joseph Thomas, arcebispo caldeu de Kirkuk e de Sulaymaniyah. "Esse é um desastre humanitário. As igrejas foram ocupadas, suas cruzes foram removidas", e mais de 1.500 manuscritos foram queimados, ressaltou Sako.
"Hoje fazemos um apelo com muita dor e tristeza ao Conselho de Segurança da ONU, à União Europeia (UE) e às organizações humanitárias, para que ajudem essas pessoas em perigo", insistiu o patriarca que teme um "genocídio" da população cristã iraquiana.
Em reunião extraordinária, o Conselho de Segurança pediu à comunidade internacional que "apoie o governo iraquiano" na luta contra o avanço dos "jihadistas" do Estado Islâmico. Em uma declaração unânime, os 15 membros do Conselho convidaram a "comunidade internacional a apoiar o governo e o povo do Iraque a fazer todo o possível para aliviar o sofrimento da população".
Os integrantes do Conselho se declararam "escandalizados" pelos milhares de yazidis e cristãos expulsos de suas casas pelas forças do Estado islâmico e advertiram que os refugiados precisam de "ajuda humanitária urgente".
Em Roma, o papa Francisco fez nesta quinta-feira um apelo urgente à comunidade internacional para proteger a população do norte do Iraque. O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirmou que o pontífice "se une aos apelos urgentes dos bispos" da região pela paz e pediu à comunidade internacional que proteja e garanta a ajuda necessária às pessoas em fuga.