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Correa quer maior fatia de lucros das empresas de telefonia para o Estado

O presidente equatoriano apoiou a aprovação de um projeto de lei que aumenta a participação do Estado nos lucros de multinacionais de telefonia móvel

Quito - O presidente equatoriano, Rafael Correa, apoiou neste sábado a aprovação de um projeto de lei que aumenta a participação do Estado nos lucros das multinacionais de telefonia móvel Claro e Telefónica.

[SAIBAMAIS]A iniciativa, que deverá ser aprovada nas próximas semanas pelo Congresso com maioria do governo, prevê que o Estado receba 12% dos lucros das empresas e que os 3% restantes fiquem nas mãos de seus trabalhadores. Atualmente a lei prevê que 15% dos lucros das empresas de telefonia sejam repassados aos funcionários.

Correa, que renegociou nos últimos anos os contratos com petroleiras e mineradoras para obter maior renda para o Estado, disse que as multinacionais estão aproveitando a atual norma para compensar os baixos salários com o repasse de parte dos lucros.

O presidente afirmou que na futura legislação "12% da divisão dos lucros irá para o Estado" e recomendou que os trabalhadores do setor "exijam melhores salários".

A empresa Claro, do magnata mexicano Carlos Slim, controla 67% do mercado da telefonia móvel no Equador, enquanto a Movistar, da espanhola Telefónica, tem 30% e a estatal equatoriana CNT, 2,5%.

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Correa lembrou que no ano passado as empresas distribuíram 130 milhões de dólares dos lucros para cerca de 4.500 trabalhadores. "Isso significa 27.000 dólares de lucro por trabalhador por um espectro que é de todos os equatorianos", disse.

Ao mesmo tempo antecipou que buscará aumentar os lucros para o Estado na futura negociação com as multinacionais da concessão do espectro 4G. "Com isso, vamos extrair a maior quantidade de renda deste grande capital; mais capital estrangeiro para nossa gente, para nosso povo, para nossas escolas, nossos hospitais", defendeu Correa.

Até junho, o Equador contava com 17,6 milhões de assinantes de empresas de telefonia celular, segundo dados oficiais. Cerca de 90% da população, de aproximadamente 16 milhões de habitantes, tem um telefone celular.