Jerusalém - Os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza causaram nesta quarta-feira (30/7) centenas de mortes, incluindo 17 em um mercado e 16 em uma escola que abrigava refugiados palestinos sob a direção da ONU, que denunciou um "massacre". O ataque ao mercado de Shejaiya (subúrbio da cidade de Gaza) ocorreu durante uma breve trégua humanitária declarada por Israel em sua guerra implacável contra o movimento islâmico Hamas.
No campo de refugiados de Jabaliya (norte), pelo menos dezesseis palestinos morreram, entre eles várias crianças, em um ataque israelense contra uma das 83 escoladas da ONU utilizadas para abrigar os civis. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) acusou o Exército israelense de "grave violação do direito internacional" e pediu medidas imediatas para "acabar com o massacre".
"Só havia crianças e jovens. Porque fizeram isso? Para onde podemos ir?", lamentava Hisham al-Masri, um dos refugiados do local. Do lado israelense, três soldados morreram em uma explosão quando acabavam de descobrir um túnel palestino em uma casa do sul da Faixa de Gaza, segundo um comunicado militar.
A ofensiva iniciada em 8 de julho por Israel para impedir o lançamento de foguetes e destruir os túneis utilizados pelo Hamas causou a morte de 1.359 palestinos, em sua grande maioria civis. Já o Exército de Israel perdeu 56 soldados, o registro mais pesado desde e guerra contra o Hezbollah libanês em 2006. Além disso, dois civis israelenses e um trabalhador tailandês morreram em ataques com foguetes.
Bombas durante a trégua
O Exército israelense havia anunciado um breve cessar-fogo, entre 15h00 e 19h00 locais (09h00 às 13h00 de Brasília). No entanto, ressaltou que essa trégua não se aplicava às zonas onde os soldados estavam em operação, em um movimento denunciado como uma jogada de publicidade pelo Hamas.
Com isso, pelo menos 24 palestinos morreram durante essas quatro horas, segundo fontes médicas palestinas. "A trégua anunciada por Israel não passa de uma propaganda midiática e não tem valor algum, porque exclui as áreas instáveis ao longo da fronteira e não podemos retirar os feridos dessas áreas", declarou um porta-voz do movimento islâmico em um comunicado.
Os cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza estão presos em um território de 362 km2, submetidos a um rigoroso bloqueio israelense desde 2006 e ao fechamento de sua fronteira com o Egito desde 2012.
EUA criticam ataque
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o ataque de Israel a escola de Jabaliya de "injustificável". "Nesta manhã uma escola das Nações Unidas que abrigava milhares de famílias palestinas sofreu um ataque repreensível. É injustificável e requer justiça", manifestou Ban em visita a Costa Rica.
A Casa Branca também condenou o bombardeio "da escola da UNRWA em Gaza, que deixou mortos e feridos entre palestinos inocentes, incluindo crianças, e trabalhadores humanitários da ONU", segundo a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Bernadette Meehan. A escola localizada no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza, era refúgio de mais de 3.000 pessoas deslocadas e foi atacada com morteiros disparados por tanques israelenses.
Esta é a segunda vez em uma semana que uma escola da ONU abrigando refugiados é bombardeada por forças israelenses. Israel culpa o Hamas pela morte de civis, acusando o grupo de utilizá-los como "escudos humanos".
Diálogo de surdos
A comunidade internacional parece incapaz de parar essa escalada de violência. Berlim expressou sua preocupação, enquanto a França condenou o bombardeio de Jabaliya, sem incriminar Israel. E a Argélia anunciou que estuda uma ação árabe conjunta com o Egito e o Catar, aliado do Hamas.
Durante uma conversa por telefone com o secretário de Estado americano, John Kerry, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mencionou na terça-feira "a ideia e a possibilidade de um cessar-fogo". Mas nada de concreto se seguiu a essas declarações. Israel já avisou que não vai sair de Gaza enquanto não eliminar a ameaça dos grupos armados palestinos.
Em uma rara declaração divulgada pela rádio e pela televisão do Hamas, Mohammad Deif, chefe das Brigadas Ezzedine al-Qassam - braço armado do movimento palestino -, deixou clara na terça-feira a posição do grupo: não haverá trégua "sem o fim da agressão e a suspensão do cerco", referindo-se ao bloqueio israelense imposto desde 2006 ao enclave palestino.
No campo de refugiados de Jabaliya (norte), pelo menos dezesseis palestinos morreram, entre eles várias crianças, em um ataque israelense contra uma das 83 escoladas da ONU utilizadas para abrigar os civis. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) acusou o Exército israelense de "grave violação do direito internacional" e pediu medidas imediatas para "acabar com o massacre".
"Só havia crianças e jovens. Porque fizeram isso? Para onde podemos ir?", lamentava Hisham al-Masri, um dos refugiados do local. Do lado israelense, três soldados morreram em uma explosão quando acabavam de descobrir um túnel palestino em uma casa do sul da Faixa de Gaza, segundo um comunicado militar.
A ofensiva iniciada em 8 de julho por Israel para impedir o lançamento de foguetes e destruir os túneis utilizados pelo Hamas causou a morte de 1.359 palestinos, em sua grande maioria civis. Já o Exército de Israel perdeu 56 soldados, o registro mais pesado desde e guerra contra o Hezbollah libanês em 2006. Além disso, dois civis israelenses e um trabalhador tailandês morreram em ataques com foguetes.
Bombas durante a trégua
O Exército israelense havia anunciado um breve cessar-fogo, entre 15h00 e 19h00 locais (09h00 às 13h00 de Brasília). No entanto, ressaltou que essa trégua não se aplicava às zonas onde os soldados estavam em operação, em um movimento denunciado como uma jogada de publicidade pelo Hamas.
Com isso, pelo menos 24 palestinos morreram durante essas quatro horas, segundo fontes médicas palestinas. "A trégua anunciada por Israel não passa de uma propaganda midiática e não tem valor algum, porque exclui as áreas instáveis ao longo da fronteira e não podemos retirar os feridos dessas áreas", declarou um porta-voz do movimento islâmico em um comunicado.
Os cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza estão presos em um território de 362 km2, submetidos a um rigoroso bloqueio israelense desde 2006 e ao fechamento de sua fronteira com o Egito desde 2012.
EUA criticam ataque
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o ataque de Israel a escola de Jabaliya de "injustificável". "Nesta manhã uma escola das Nações Unidas que abrigava milhares de famílias palestinas sofreu um ataque repreensível. É injustificável e requer justiça", manifestou Ban em visita a Costa Rica.
A Casa Branca também condenou o bombardeio "da escola da UNRWA em Gaza, que deixou mortos e feridos entre palestinos inocentes, incluindo crianças, e trabalhadores humanitários da ONU", segundo a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Bernadette Meehan. A escola localizada no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza, era refúgio de mais de 3.000 pessoas deslocadas e foi atacada com morteiros disparados por tanques israelenses.
Esta é a segunda vez em uma semana que uma escola da ONU abrigando refugiados é bombardeada por forças israelenses. Israel culpa o Hamas pela morte de civis, acusando o grupo de utilizá-los como "escudos humanos".
Diálogo de surdos
A comunidade internacional parece incapaz de parar essa escalada de violência. Berlim expressou sua preocupação, enquanto a França condenou o bombardeio de Jabaliya, sem incriminar Israel. E a Argélia anunciou que estuda uma ação árabe conjunta com o Egito e o Catar, aliado do Hamas.
Durante uma conversa por telefone com o secretário de Estado americano, John Kerry, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mencionou na terça-feira "a ideia e a possibilidade de um cessar-fogo". Mas nada de concreto se seguiu a essas declarações. Israel já avisou que não vai sair de Gaza enquanto não eliminar a ameaça dos grupos armados palestinos.
Em uma rara declaração divulgada pela rádio e pela televisão do Hamas, Mohammad Deif, chefe das Brigadas Ezzedine al-Qassam - braço armado do movimento palestino -, deixou clara na terça-feira a posição do grupo: não haverá trégua "sem o fim da agressão e a suspensão do cerco", referindo-se ao bloqueio israelense imposto desde 2006 ao enclave palestino.