A ministra australiana das Relações Exteriores, Julie Bishop, e seu homólogo holandês, Frans Timmermans, estavam nesta segunda em Kiev para discutir com as autoridades a possibilidade de estender a missão de segurança e deixar os policiais portarem armas.
A implantação de uma tal missão exige a luz verde do Parlamento ucraniano, que deverá se pronunciar a este respeito na quinta-feira.
A aeronave malaia que fazia o trajeto Amsterdã-Kuala Lumpur foi abatida com 298 pessoas a bordo em 17 julho no leste da Ucrânia, em uma área controlada pelos rebeldes apoiados pela Rússia.
Kiev e os ocidentais acusam quase abertamente os separatistas e o Kremlin de serem responsáveis pela tragédia. A investigação das caixas-pretas do Boeing revelou uma "descompressão" ligada a uma "forte explosão" causada por um míssil, indicou nesta segunda-feira o Conselho de Segurança Nacional e de Defesa ucraniano.
"Os dados registrados nas caixas-pretas mostram que a destruição e a queda do avião foram causadas por uma descompressão ligada a uma forte explosão em razão das muitas perfurações provocadas por um míssil", informou à imprensa um porta-voz do Conselho ucraniano, Andrii Lyssenko.
Armamento pesado
Mais de três meses depois do início da operação militar, os combates no leste do país deixaram mais de 1.110 mortos, segundo um relatório da ONU publicado nesta segunda-feira, e denuncia que os dois lados utilizaram armamento pesado em zonas residenciais.
O texto também fala de 3.422 feridos. Estes últimos dados supõem um aumento considerável em relação ao balanço de 18 de julho, no qual a ONU citou 256 mortos desde abril.
Pillay afirmou ainda que as informações da intensificação dos combates nos redutos dos insurgentes, nas regiões de Donetsk e Lugansk, são "extremadamente alarmantes" e disse que as duas partes "empregam armamento pesado em zonas residenciais, incluindo artilharia, tanques, foguetes e mísseis".