Buenos Aires - O governo da presidente argentina Cristina Kirchner iniciou nesta segunda-feira (21/7) uma semana crucial para tentar chegar a um acordo nas negociações com os fundos especulativos que venceram nos tribunais americanos, evitando assim uma nova moratória.
No dia 30 de julho vence o prazo para pagar a dívida a 93% dos credores que aceitaram a renegociação de 2005 e 2010, com remuneração de até 70%. A Argentina depositou os pagamentos no final de junho nos bancos intermediários, mas a justiça norte-americana bloqueou a transação até que o país pague o 1,33 bilhão de dólares que deve aos fundos especulativos que não aceitaram renegociar.
A fim de definir o destino desses depósitos bloqueados, o juiz americano que cuida do caso, Thomas Griesa, citou para quarta-feira os bancos intermediários, encarregados de repassar os pagamentos da Argentina aos credores. "A única saída, e a hipótese mais mencionada, é que Griesa restabeleça a (medida) cautelar por alguns dias para que se possa efetivar o pagamento (aos credores que aceitaram a renegociação) e assim adiar o problema para setembro, quando vence o próximo pagamento", disse à AFP Juan Pablo Ronderos, economista da consultoria Abeceb.
Caso não se consiga chegar a um acordo até 30 de julho, a Argentina poderá entrar em moratória. "A prioridade é evitar um default", disse um alto funcionário do governo não identificado ao jornal La Nación. "Mas se houver moratória, que haja controle de danos e que não seja por culpa do governo, mas deles", acrescentou a mesma fonte.
A Argentina quer pagar, mas "em condições justas, legais e equitativas, 100% dos credores", reiterou nesta segunda-feira o chefe de gabinete, Jorge Capitanich.
Entre a cruz e a espada
De acordo com o governo argentino, os fundos especulativos tentam obrigar a Argentina a entrar em uma nova moratória, como em 2001, para levar o país a se endividar mais e ter que se desfazer de seus principais recursos estratégicos. Caso Buenos Aires acate a decisão judicial e pague 100% da dívida em dinheiro aos fundos NML, Aurelius e outros, os demais credores, que aceitaram a reestruturação da dívida de 2005 e 2010, podem requerer na justiça igual tratamento.
A origem do problema é uma cláusula (RUFO na sigla em inglês) que obriga a estender a todos os credores qualquer oferta que seja melhor do que as da dívida reestruturada, com remunerações entre 45% e 70%. "Há uma discussão legal forte na qual o governo aponta que, segundo advogados, a RUFO não pode ser executada no caso de a Argentina realizar um pagamento por ordem judicial", explicou Ronderos.
Mercados otimistas
Embora o tempo seja curto, nos mercados de títulos e ações a calma predomina. O índice líder Merval da Bolsa de Buenos Aires teve na sexta-feira um ganho de 3,83% e fechou a semana longe do ambiente de pânico, com um retrocesso de 1,81%. "Os mercados sempre jogam com a expectativa, e a expectativa hoje é de que a Argentina feche um acordo", disse à AFP Ramiro Castiñeira, economista Econométrica. Na opinião do analista "a aposta é que o juiz conceda o stay (medida cautelar) porque é conveniente para as duas partes".
O economista disse que se o país declarar a moratória "todos os fundos (credores) irão para o mesmo saco, e eles perdem a qualidade de credores privilegiados concedida pela decisão, entrando na fila de cobrança com os demais", explicou. Ronderos ressaltou que existe "uma negociação solapada que ninguém vê. O resto são fogos de artifício".
"Há inclusive muito mal-estar com a decisão em Wall Street pelo dano que causa à praça de Nova York para futuras renegociações de dívidas", disse Ronderos.
No dia 30 de julho vence o prazo para pagar a dívida a 93% dos credores que aceitaram a renegociação de 2005 e 2010, com remuneração de até 70%. A Argentina depositou os pagamentos no final de junho nos bancos intermediários, mas a justiça norte-americana bloqueou a transação até que o país pague o 1,33 bilhão de dólares que deve aos fundos especulativos que não aceitaram renegociar.
A fim de definir o destino desses depósitos bloqueados, o juiz americano que cuida do caso, Thomas Griesa, citou para quarta-feira os bancos intermediários, encarregados de repassar os pagamentos da Argentina aos credores. "A única saída, e a hipótese mais mencionada, é que Griesa restabeleça a (medida) cautelar por alguns dias para que se possa efetivar o pagamento (aos credores que aceitaram a renegociação) e assim adiar o problema para setembro, quando vence o próximo pagamento", disse à AFP Juan Pablo Ronderos, economista da consultoria Abeceb.
Caso não se consiga chegar a um acordo até 30 de julho, a Argentina poderá entrar em moratória. "A prioridade é evitar um default", disse um alto funcionário do governo não identificado ao jornal La Nación. "Mas se houver moratória, que haja controle de danos e que não seja por culpa do governo, mas deles", acrescentou a mesma fonte.
A Argentina quer pagar, mas "em condições justas, legais e equitativas, 100% dos credores", reiterou nesta segunda-feira o chefe de gabinete, Jorge Capitanich.
Entre a cruz e a espada
De acordo com o governo argentino, os fundos especulativos tentam obrigar a Argentina a entrar em uma nova moratória, como em 2001, para levar o país a se endividar mais e ter que se desfazer de seus principais recursos estratégicos. Caso Buenos Aires acate a decisão judicial e pague 100% da dívida em dinheiro aos fundos NML, Aurelius e outros, os demais credores, que aceitaram a reestruturação da dívida de 2005 e 2010, podem requerer na justiça igual tratamento.
A origem do problema é uma cláusula (RUFO na sigla em inglês) que obriga a estender a todos os credores qualquer oferta que seja melhor do que as da dívida reestruturada, com remunerações entre 45% e 70%. "Há uma discussão legal forte na qual o governo aponta que, segundo advogados, a RUFO não pode ser executada no caso de a Argentina realizar um pagamento por ordem judicial", explicou Ronderos.
Mercados otimistas
Embora o tempo seja curto, nos mercados de títulos e ações a calma predomina. O índice líder Merval da Bolsa de Buenos Aires teve na sexta-feira um ganho de 3,83% e fechou a semana longe do ambiente de pânico, com um retrocesso de 1,81%. "Os mercados sempre jogam com a expectativa, e a expectativa hoje é de que a Argentina feche um acordo", disse à AFP Ramiro Castiñeira, economista Econométrica. Na opinião do analista "a aposta é que o juiz conceda o stay (medida cautelar) porque é conveniente para as duas partes".
O economista disse que se o país declarar a moratória "todos os fundos (credores) irão para o mesmo saco, e eles perdem a qualidade de credores privilegiados concedida pela decisão, entrando na fila de cobrança com os demais", explicou. Ronderos ressaltou que existe "uma negociação solapada que ninguém vê. O resto são fogos de artifício".
"Há inclusive muito mal-estar com a decisão em Wall Street pelo dano que causa à praça de Nova York para futuras renegociações de dívidas", disse Ronderos.