Ancara - O primeiro-ministro turco chamou neste domingo os Estados Unidos a fazerem uma "autocrítica", após as declarações americanas considerando "ofensivas" as palavras do premiê turco contra a ofensiva israelense em Gaza.
"Se a América continua a dizer que Israel utiliza seu direito de autodefesa é, inegavelmente, a América que deve fazer uma autocrítica", declarou ao canal de notícias TGRT o premiê, cujo país é um aliado dos Estados Unidos no âmbito da Otan.
Erdogan, um forte defensor da causa palestina, denunciou com veemência as operações militares israelenses em Gaza, acusando Israel de "terrorismo de Estado" e "genocídio" contra os palestinos.
[SAIBAMAIS]Na sexta-feira, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, criticou os comentários de Erdogan, chamando-os de "ofensivos e falsos".
"Acreditamos que as suas declarações são ofensivas e falsos, e, claro, este tipo de retórica é desnecessária e distrai os esforços urgentes para concluir um cessar-fogo", disse ela.
Leia mais notícias em Mundo
Erdogan declarou sua irritação com as críticas dos Estados Unidos.
"Na verdade, são os Estados Unidos que têm feito até agora declarações perturbadoras e ofensivas" sobre a ofensiva israelense em Gaza, disse ele.
Mais uma vez, Erdogan denunciou as ações militares israelenses, acusando Israel de usar uma "força desproporcional" e matar palestinos "sem misericórdia".
"Como podemos ignorar isso, como um país como os Estados Unidos pode ser cego a isso", indignou-se.
Uma delegação turca chefiada pelo subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, Feridun Sinirlioglu, deve visitar na segunda-feira os Estados Unidos.