Amsterdam-Schiphol - A Holanda estava "de luto" nesta quinta-feira depois da queda de um avião da companhia aérea Malaysia Airlines saído de Amsterdã-Schiphol com 298 pessoas a bordo, incluindo pelo menos 154 holandeses.
Cerca de cem parentes das vítimas estavam reunidos nesta quinta-feira à noite em um restaurante no aeroporto holandês, que teve o acesso bloqueado à imprensa, constatou um jornalista da AFP.
Um oficial da Polícia holandesa indicou à AFP que os parentes das vítimas estavam "protegidos" dos jornalistas presentes no local. Policiais impediam a entrada dos membros das famílias das vítimas.
Depois, os familiares foram levados em dois ônibus para um local não determinado.
Um Boeing 777 da Malaysia Airlines caiu nesta quinta com 298 pessoas a bordo no leste da Ucrânia. Não há sobreviventes.
De acordo com autoridades americanas, o avião foi abatido por um míssil terra-ar. A aeronave tinha saído de Amsterdã-Schiphol por volta das 12h15 (07h15 de Brasília).
As autoridades de Kiev e os rebeldes trocam acusações sobre a responsabilidade pelo disparo que teria causado a tragédia. Nenhum elemento material permite indicar concretamente quem foi o responsável pelo ataque.
Os parentes das vítimas podem ser levados para o local do acidente em uma data que ainda não teria sido determinada em um avião fretado pela Malaysia Airlines, disse Huib Gorter, vice-presidente da sessão europeia da companhia aérea malaia.
Bandeira a meio-mastro
A Holanda pagou o preço mais pesado na tragédia.
"Estou profundamente entristecido com esta notícia horrível", declarou o rei holandês Willem-Alexander, citado em um comunicado: "Nossos pensamentos estão com as famílias, amigos e colegas das vítimas, e com aqueles que não sabem ainda se um de seus parentes estavam a bordo da aeronave".
Willem-Alexander, sua esposa Maxima e suas três filhas participariam na sexta-feira de uma sessão de fotos para a imprensa holandesa. A sessão foi cancelada em razão da queda do avião.
O governo holandês ordenou que as bandeiras sejam colocadas a meio-mastro na sexta-feira em todos os prédios públicos, incluindo nas embaixadas da Holanda em todo o mundo.
"Estou profundamente chocado", declarou o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte : "Todos na Holanda estão de luto".
De viagem a Bruxelas, Rutte voltou imediatamente para a Holanda para "administrar a situação" e foi para o aeroporto de Amsterdã-Schiphol antes de seguir para Haia, sede do governo.
O ministro holandês da Justiça, Ivo Opstelten, também se disse chocado com as imagens dos destroços do avião divulgadas pelos canais de televisão holandeses. "As imagens que vi são horríveis".
As redes de televisão mostram passaportes holandeses encontrados no local, incluindo de crianças.
A queda do avião é a segunda maior tragédia da história da Holanda, de acordo com a agência de notícias holandesa ANP. Em 1977, dois Boeings 747 colidiram no aeroporto espanhol de Tenerife, nas Ilhas Canáries, deixando 583 mortos, incluindo 238 holandeses.
Em outra catástrofe aérea envolvendo a Holanda, em 2010 um Airbus A330 caiu em Trípoli, capital da Líbia, deixando 103 mortos, incluindo 70 holandeses. O único sobrevivente foi um menino holandês de nove anos.