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Ucrânia pede à União Europeia sanções contra a Rússia por apoio a rebeldes

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia se reúnem no final do dia em uma cúpula que poderá ampliar suas sanções contra a Rússia

Kiev - A Ucrânia lançou nesta quarta-feira (16/7) uma ofensiva diplomática para que a União Europeia adote novas sanções contra a Rússia por seu apoio aos separatistas rebeldes do leste ucraniano. Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia se reúnem no final do dia em uma cúpula que poderá ampliar suas sanções contra a Rússia.

"Há um certo cansaço em relação à Rússia, que promete e não faz nada", confidenciou uma fonte em Bruxelas. O ministério ucraniano das Relações Exteriores pediu a adoção de sanções na chamada "fase 3" para contrapor a "agressão russa". O presidente Petro Poroshenko afirmou em seus inúmeros contatos diretos ou por telefone com os ocidentais que continuam chegando armas e combatentes procedentes da Rússia no leste da Ucrânia.

[SAIBAMAIS]Poroshenko conversou na terça-feira por telefone com a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, e com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para saber "que apoio a comunidade internacional pode oferecer" à Ucrânia, antes da reunião europeia desta quarta-feira sobre a questão, afirma um comunicado da presidência.



Merkel considerou nesta quarta-feira que a Rússia não cumpriu com as expectativas para reduzir as tensões na Ucrânia. "As potenciais consequências de não cumprir com as expectativas serão discutidas na cúpula europeia de Bruxelas nesta quarta-feira", destacou seu porta-voz em coletiva de imprensa. Segundo fontes diplomáticas, isso deverá acarretar novas sanções econômicas contra Moscou.

Já o grupo de contato sobre a Ucrânia lamentou nesta quarta-feira a "falta de boa vontade" dos separatistas pró-Rússia para o diálogo e informou que a videoconferência prevista para terça-feira em busca de uma solução para a crise não foi realizada. "Lamentavelmente, uma videoconferência com os separatistas prevista para terça-feira não aconteceu", informou o grupo de contato (formado pela OSCE, Ucrânia e Rússia) no site da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa.

"Isto demonstra a falta de boa vontade dos separatistas para iniciar negociações substanciais sobre um cessar-fogo mutuamente aceitável", completa o grupo. A Otan também denunciou "o fortalecimento das tropas russas" na fronteira com a Ucrânia. O número dois do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia e ex-ministro da Defesa, Mikhailo Koval, afirmou na segunda-feira que a Ucrânia estava, "mais do que nunca, suscetível a um grande ataque" por parte da Rússia.

Ainda segundo Koval, as tropas russas estão concentradas ao longo de toda a fronteira, de Tchernigiv (norte) a Novoazovsk (sudeste), com "22 mil soldados russos na Crimeia", a península ucraniana anexadas pela Rússia em março. O conflito já deixou mais de 600 mortos em três meses.