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Ataque aéreo do Exército israelense mata palestino na Faixa de Gaza

A aviação de Israel realizou dezenas de ataques contra a Faixa de Gaza, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos

Gaza - Um palestino morreu nesta terça-feira (8/7) em um ataque aéreo do Exército israelense no centro da Faixa de Gaza, informaram os serviços de emergência. A aviação de Israel realizou dezenas de ataques contra a Faixa de Gaza, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, informaram testemunhas e fontes da segurança.



[SAIBAMAIS]O braço armado do movimento islâmico palestino Hamas reivindicou a autoria dos disparos de "dezenas de foguetes" contra o sul de Israel, em "resposta à agressão sionista". "Os foguetes são uma reação natural aos crimes israelenses contra nosso povo. Que o ocupante (israelense) compreenda bem a mensagem. Não tememos suas ameaças", advertiu o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.

Segundo o Exército israelense, mais de 40 foguetes foram disparados de Gaza em apenas uma hora, e o sistema de defesa antimísseis destruiu 12 no ar. A TV de Israel informou que o gabinete de segurança autorizou o Exército "a intensificar as represálias contra o Hamas". Na noite de domingo, Israel matou oito combatentes palestinos, em diversas ações aéreas. A TV estatal de Israel mostrou dezenas de tanques posicionados na região da fronteira com a Faixa de Gaza, e centenas de reservistas foram convocados pelo Exército, que "pode chamar mais 1.500", informou um oficial.

Extremistas confessam assassinato

Na segunda-feira, três extremistas judeus confessaram ter assassinado um jovem palestino, queimado vivo em Jerusalém. "Três dos seis suspeitos detidos confessaram ter assassinado e queimado Mohamed Abu Khder e realizaram uma reconstituição do crime diante dos policiais", declarou à AFP um funcionário, que pediu para não ser identificado.

Eles são suspeitos de pertencerem a "uma organização terrorista", sequestro, homicídio de menor, posse ilegal de armas e crime "por motivo nacionalista", segundo o site de informações Ynet. Mohammad Abu Khdeir, de 16 anos, foi sequestrado em 2 de julho em Jerusalém Oriental ocupada e anexada. Seu corpo - completamente carbonizado segundo o advogado da família - foi encontrado algumas horas depois perto de uma floresta na parte oeste da cidade.

Após a descoberta de seus restos mortais, os palestinos acusaram extremistas judeus de terem sequestrado e assassinado por vingança depois do rapto e morte de três estudantes israelenses na região de Hebron, na Cisjordânia, atribuído por Israel ao Hamas. O horrível assassinato do jovem palestino, assim como o dos três israelenses, provocou grande comoção.

"Sequestrar um menino, matá-lo, queimá-lo até a morte, mas por quê? Nada é mais valioso ou mais exigente na história judaica do que o respeito pela vida humana", repetiu o presidente israelense, Shimon Peres. O premier israelense, Benjamin Netanyahu, telefonou aos pais de Mohammad Abu Khdeir para expressar sua indignação com o assassinato "abominável".

Crise da coalizão

Diante da escalada da violência, Netanyahu se comprometeu a "fazer o necessário para recuperar a paz e a segurança" no sul de Israel. Mas convocou o governo a se abster de declarações incendiárias para evitar um confronto generalizado. "A experiência nos demonstrou que, num momento como este, devemos agir de forma responsável e com a cabeça fria para nos abster de declarações duras e impetuosas", declarou Netanyahu aos seus ministros.

Esta linha prudente gerou divergências dentro da coalizão conservadora. O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, um falcão ultranacionalista, anunciou o fim da aliança com o partido Likud, mas sem abandonar o governo. "Não é nenhum segredo que existem divergências fundamentais que impedem trabalhar em conjunto (com o Likud) (...) Eu não entendo o que estamos esperando", lamentou o chefe da diplomacia, que exigiu em voz alta uma operação de grande escala contra o Hamas em Gaza. O partido de Lieberman, Israel Beiteinu, apresentou uma lista conjunta com o Likud nas legislativas de 2013. O bloco Likud-Israel Beiteinu tem 31 deputados dos 120.