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Exames revelam que adolescente palestino assassinado foi queimado vivo

O ataque é atribuído pelos palestinos aos israelenses extremistas

Israel Ramallah - O adolescente palestino cujo sequestro e assassinato desatou quatro dias de violentos protestos foi queimado vivo, de acordo com os resultados preliminares da necropsia do corpo, o que poderá agravar ainda mais a tensão na região. Mohammed Abu Khder, de 16 anos, foi sequestrado na quarta-feira em Shuafat, um bairro de Jerusalém Oriental. Seu corpo queimado foi achado horas mais tarde em uma floresta a oeste de Jerusalém, em um ataque atribuído pelos palestinos aos israelenses extremistas como vingança pela morte de três adolescentes israelenses.



Os médicos legistas encontraram indícios de fumaça em seus pulmões, o que significa que ele estava vivo quando foi queimado, informou a agência Maan, citando o procurador-geral palestino Mohammed Aluweiwi. Abu Khder também apresentava um ferimento na cabeça, mas que não causou sua morte, acrescentou Aluweiwi. O ministro palestino encarregado de Jerusalém, Adnan al Husseini, afirmou que os autores dos assassinato são colonos israelenses.

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Por sua parte, o jornal palestino Al Hayat postou como manchete "Queimado vivo pelos colonos". Há anos, colonos israelenses de ultra-direita aplicam a chamada política do "preço a pagar", que consiste em atacar objetivos palestinos e árabes, como também as forças armadas de Israel ou israelenses de esquerda. A polícia israelense disse neste sábado, por sua vez, que não pode confirmar ainda que o assassinato de Abu Khder tenha sido um ato de vingança pela morte dos três jovens israelenses, que ficaram desaparecidos por dias desaparecidos depois de também terem sido sequestrados. Um porta-voz da polícia afirmou que todas as possibilidades estão sendo investigadas.

Distúrbios e prisões

O funeral do adolescente na sexta-feira, no qual participaram milhares de palestinos, deu lugar a distúrbios em Jerusalém Oriental, no terceiro dia consecutivo de violências desde a descoberta do corpo. Neste sábado, os distúrbios se propagaram para três localidades árabes israelenses do centro e nordeste do país, Taibe, Jaljulia e Qalansuwa, onde um carro foi incendiado depois que seu dono, um judeu israelense, foi tirado de dentro dele, informou a polícia, que afirmou ainda ter prendido mais de dez árabes israelenses.

Os árabes israelenses, descendentes dos 160.000 palestinos que ficaram em suas terras depois da criação do Estado de Israel em 1948, são hoje em dia mais de 1,4 milhão de pessoas, 20% da população total israelense.

A polícia também prendeu manifestantes em Jerusalém Oriental, entre os quais se encontrava Tariq Abu Khdeir, primo do palestino assassinado, que tem 15 anos e nacionalidade americana. Os pais do jovem disseram à AFP que a polícia o agrediu antes de prendê-lo. Um vídeo postado na internet mostra homens encapuzados, que aparentemente são policiais israelenses, agredindo uma pessoa algemada e semi-inconsciente.

A porta-voz da polícia, Luba Samri, não pôde confirmar se a pessoa agredida era Tariq Abu Khdeir, mas airmou que as imagens mostravam a prisão de um grupo de seis palestinos do qual fazia parte o primo do palestino morto.