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OMS se reúne para discutir surto de ebola na África que deixou 467 mortos

São 129 casos fatais adicionais ao balanço anterior, ou seja, 38% de mortes a mais em relação a uma semana

Acra - Os ministros da Saúde de 11 países da África Ocidental e especialistas internacionais inauguraram nesta quarta-feira uma reunião de cúpula de dois dias para examinar a adoção de um plano de luta contra epidemia mais mortífera da história do vírus Ebola.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na terça-feira que a epidemia na África Ocidental já deixou 467 mortos. Segundo estes novos dados, 759 supostos casos foram registrados em Guiné, Libéria e Serra Leoa.

São 129 casos fatais adicionais ao balanço anterior, ou seja, 38% de mortes a mais em relação a uma semana. "Trata-se da maior epidemia em termos de pessoas afetadas, de mortos e de extensão geográfica", afirma o comunicado da OMS, que organizou o encontro na capital de Gana.

"As decisões tomadas durante esta reunião serão determinantes para combater a atual epidemia e as que estão por vir", segundo o comunicado.

Ante a alta constante da mortalidade e o número de pessoas afetadas pelo vírus, a OMS advertiu que são "necessárias medidas drásticas" para frear essa doença altamente contagiosa.



Na sexta-feira passada, a OMS já tinha advertido para o risco de propagação da epidemia de Ebola para os países vizinhos às nações afetadas, mas considerou contraproducentes as restrições de deslocamento.

Na grande maioria dos casos registrados, o vírus é transmitido por contato nos serviços médicos, mas também nos funerais, pois o vírus se mantém presente nos cadáveres.

O epicentro da epidemia está nos arredores da cidade de Gueckedou, no sul da Guiné. Dali se espalhou para Serra Leoa e Libéria, pois muitos doentes viajam até Conakry ou Monróvia para receber cuidados médicos, segundo a OMS.

Descoberto em 1976, na atual República Democrática do Congo (RDC), o vírus do Ebola é muito contagioso e o índice de mortalidade pode atingir 90% dos casos, ainda de acordo com a organização.

A doença é transmitida para o homem através de animais selvagens e também entre seres humanos. Não existe uma vacina homologada contra a febre do Ebola, que se manifesta com hemorragias, vômitos e diarreia.