Washington - O líbio detido como suspeito de ser o líder do ataque ao consulado americano em Benghazi atuou estimulado por um fervor anti-Ocidente, afirma o jornal Washington Post.
Os promotores afirmam nos documentos apresentados à corte na terça-feira (1;/7) que, depois do ataque de 11 de setembro de 2012, Ahmed Abu Khatala, o único detido pelo caso, e outros homens armados invadiram e assaltaram a representação diplomática.
Retornaram em seguida a uma base para preparar uma ação a um prédio anexo da CIA na região. O ataque matou quatro americanos, incluindo o embaixador Christopher Stevens.
Também provocou uma disputa política amarga em Washington, na qual a oposição republicana acusou o governo de Barack Obama de acobertar a ação, ao afirmar inicialmente que havia sido uma ação antiamericana espontânea. Mas o governo admitiu pouco depois que havia sido um ataque terrorista.
A motivação de Khatala para atacar o consulado veio de suas visões anti-Ocidente extremistas, argumentam os promotores. "Nos dias anteriores ao ataque, o acusado manifestou preocupação e repúdio à presença de uma unidade americana em Benghazi", afirmam os documentos, destacou o Post.
Abu Khatala foi detido em 15 de junho pelas forças especiais dos Estados Unidos em uma operação armada secreta em território líbio. Ele foi transferido aos Estados Unidos.
Duas semanas depois ele foi acusado de "conspiração para fornecer apoio material e recursos a terroristas" por um grande júri federal. Abu Khatala se declarou "inocente".
Segundo o jornal, a única acusação será ampliada com outras imputações, incluindo algumas que podem resultar na pena de morte.
As provas nas mãos da promotoria para acusa Khatala incluem "fotografias e vídeos do ataque, testemunhos e evidência de que os criminosos fizeram alarde de seu envolvimento", indicou o Post.